A tarde desta quinta-feira (23), os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) fizeram uma série de declarações contra a PEC que limita as ações da corte e entre os discursos, um foi mais duro e incisivo.
O discurso de Gilmar Mendes foi cheio de recados duros para diversos atores em Brasília e chamou atenção do noticiário político, porém um dos recados passou despercebido.
Em dado momento o Ministro diz que “as ameaças que vieram de setores das Forças Armadas contra esse tribunal e contra a democracia não merecem resposta. Até agora continuam elegíveis, os militares. Nenhuma solução nesse sentido”.
Acontece que o governo trabalha com numa PEC no senado que restringe a atuação de militares na política, o projeto inicial era limitar que militares na ativa ocupassem cargos de primeiro escalão na administração federal. Porém o texto foi desidratado por ação do próprio senador Jaques Wagner.
Com isso, o texto irá apenas tratar de militares da ativa que disputarem eleições e serão apenas aleicoes federais para deputado, senador e presidente. Não tratando das eleições estaduais e municipais.
Além disso, conforme revelado por esta coluna, foi o voto surpresa de Jaques Wagner na PEC que limita ações do STF que possibilitou que o o texto fosse aprovado. Ao votar à favor, ele acabou virando o voto de senadores do PSD.
As razões e o cálculo político feito pelo senador seguem um mistério e até membros do Planalto foram pegos de surpresa.
Pornisso não é difícil enxergar que este trecho do discurso tinha endereço certo, assim como outros trechos foram endereçados para outros tantos políticos.
Também não é difícil de intuir qual dos ministros do Supremo cavou uma nota na imprensa pedindo a saída de Jaques Wagner da posição de líder do governo.