Manifestações bolsonaristas são um fiasco

REPRODUÇÃO

Os bolsonaristas voltaram às ruas neste feriado da Proclamação da República para questionar o resultado das eleições presidenciais, espinafrar as instituições democráticas, atacar o presidente Lula e dar apoio ao “capetão” inelegível. As manifestações, porém, foram um fiasco. Imagens que circulam na internet mostram poucos “patriotários” nos atos de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Salvador, Florianópolis e outras capitais. “Flopou” é o termo mais utilizado nas redes digitais para esculhambar os patéticos golpistas neste 15 de novembro.

Na Avenida Paulista, os bolsonaristas se concentraram em frente ao prédio da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp). O deputado Tomé Abduch (Republicanos), líder do grupo direitista Nas Ruas, até tentou justificar a baixa presença. Afirmou que ela decorreu do “medo” diante das condenações do Supremo Tribunal Federal (STF) dos participantes dos atos de vandalismo em Brasília no 8 de janeiro. “As pessoas estão com um pouco de medo de voltarem às ruas. Se a gente estiver nas ruas de maneira educada e sem ataques a instituições, não há por que haver medo”, choramingou. Ele também culpou a onda de calor pelo fracasso do ato.

Terceiro ato esvaziado dos golpistas

“Com a indumentária típica dos protestos bolsonaristas – verde e amarelo, bandeiras do Brasil e gritos de guerra contra a esquerda –, a manifestação na capital paulista pediu impeachment de Lula (PT), atacou o STF, clamou pela volta da Lava-Jato e apoiou Israel, entre outras pautas. O ato, que tinha como mote a defesa dos direitos constitucionais nos 134 anos de Proclamação da República, foi convocado por nove movimentos conservadores. O Nas Ruas, que tem entre seus fundadores a deputada Carla Zambelli (PL-SP), é o mais conhecido. Entre os demais grupos envolvidos, estavam: Tias e Tios do Zap, Escolhidos por Deus, Arquitetos Fora da Caixa Brasil, Renovação Patriota e Na Luz do Caminho”, registrou a Folha de S.Paulo.

Conforme observa o jornal, “ao longo deste ano, bolsonaristas promoveram atos em 7 de setembro e 12 de outubro com bandeiras da direita e do conservadorismo. Em ambas as datas, as concentrações em diferentes cidades tiveram público reduzido, baixa adesão da classe política e repercussão tímida. O protesto de outubro tinha como mote central a oposição ao aborto. Ao discursar em Belo Horizonte, Bolsonaro notou que o público era menor do que na vez anterior e disse que ‘a diminuição é pelo temor do que aconteceu em 8 de janeiro”.

A cena ridícula do “patriotário” em Copacabana

Além de São Paulo, os “patriotários” promoveram manifestações em pelo menos outras 12 capitais, segundo balanço do site UOL. Todos eles “floparam”. Alguns produziram imagens ridículas, como no minguado protesto em Copacabana (RJ). “Em meio ao ato, uma cena insólita foi registrada: um dos bolsonaristas, revoltados com a ação dos agentes da prefeitura, se jogou sob o asfalto quente e embaixo da viatura, na tentativa de impedir que o veículo avançasse… O momento vem sendo comparado ao caso do ‘patriota do caminhão’ – ocasião em que um homem se pendurou a um caminhão na tentativa de impedir que o motorista furasse o bloqueio de caminhoneiros golpistas deflagrado em novembro de 2022”, ironizou a revista Fórum.

O fiasco das manifestações ficou evidente inclusive nas redes digitais – espaço em que as milícias fascistas ainda são hegemônicas. Segundo notinha do site Metrópoles, “a iniciativa bolsonarista de convocar atos para o feriado da Proclamação da República não teve aderência nos grupos de troca de mensagens, principal mecanismo usado pela extrema-direita para incentivar a militância a ir às ruas. Segundo levantamento da Quaest, o alcance das convocações para os protestos foi alto nos grupos, mas as menções a eles não foram expressivas. Isso significa que poucas pessoas foram impactadas pelas postagens”.

O monitoramento da Quaest foi feito com uma nova ferramenta, que monitora 30 mil grupos de WhatsApp, Telegram e Discord em todo território nacional. A empresa coleta diariamente 589 mil mensagens dessas plataformas para produzir este tipo de levantamento.

Altamiro Borges:
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