Nesta quarta-feira, 22, o Estadão veiculou um editorial que, ao invés de realizar uma análise interna diante das sérias acusações de assédio moral feitas por seus próprios profissionais, optou por evitar a autocrítica e dobrar a aposta no cinismo e na pistolagem intelectual.
“Ao compartilhar acusação infundada contra este jornal, o PT mostra que a prometida defesa da democracia não passava de patranha. Os petistas sempre hostilizaram a imprensa livre”, disparou o editorialista.
Em meio a denúncias apresentadas por jornalistas do Estadão ao Ministério Público do Trabalho do Distrito Federal, as quais implicam a editora-executiva Andreza Matais em alegadas agressões verbais, pressões para perseguir adversários e alegações de forjamento de denúncias, como no caso da ‘dama do tráfico’, e favorecimento a parentes e amigos, o jornal direcionou suas críticas ao Partido dos Trabalhadores e ao ex-presidente Lula, atribuindo-lhes a responsabilidade por um suposto ataque à democracia.
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Ao invés de empreender uma investigação aprofundada sobre as alegações apresentadas, o Estadão optou por uma abordagem que desvia o foco do cerne das acusações.
“Não durou muito a farsa segundo a qual Lula da Silva precisava ser eleito para, segundo suas palavras, ‘recuperar a democracia neste país’. Bastou que a imprensa começasse a publicar notícias desfavoráveis ao governo para que esses campeões da democracia voltassem a ser o que sempre foram – a vanguarda da truculência. Para a seita petista, vale tudo, até mentir e distorcer, para desmoralizar aqueles que ousam revelar os malfeitos do governo de Lula”, prossegue o texto.
“No domingo passado, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, usou suas redes sociais para atacar o Estadão, compartilhando – como se fosse digna de crédito – uma suposta denúncia anônima contra o jornal que teria sido apresentada no site do Ministério Público do Trabalho”, completa.
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