O assessor para assuntos internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, declarou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) busca manter uma sólida relação bilateral com a Argentina, apesar da eleição do economista de extrema direita radical, Javier Milei, como presidente argentino. Amorim enfatizou que o foco primordial é preservar o Mercosul, destacando a preocupação brasileira com o bloco sul-americano.
“É imperativo respeitar o resultado da eleição, manter relações como dois Estados e, se possível, preservar o Mercosul. A relação entre Brasil e Argentina é fundamental para o Mercosul e impacta toda a América do Sul”, afirmou Amorim ao O Globo.
A eleição de Milei, que expressou críticas contundentes ao Mercosul durante a campanha eleitoral, gerou apreensões quanto ao futuro do bloco econômico.
No entanto, Amorim sugeriu que o discurso do presidente eleito pode evoluir ao compreender a importância do Mercosul e o volume de negócios envolvendo não apenas Brasil e Argentina, mas também Uruguai e Paraguai. “É como o teste do pudim: só saberemos se está bom na hora de degustar”, comentou o diplomata.
De acordo com Celso Amorim, uma vez que Milei compreender melhor a realidade do comércio entre Argentina e Brasil — que, apenas de janeiro a outubro deste ano, totalizou US$ 25 bilhões em exportações e importações —, bem como as relações comerciais com a China, ele atribuirá o devido valor a parceiros cruciais para o país, conforme destacado na reportagem.