Lula não vai a posse de Milei na Argentina

Foto: Agência Brasil

O assessor de assuntos internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, afirmou que é improvável que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) compareça à cerimônia de posse de Javier Milei, político de extrema direita eleito presidente da Argentina no último domingo, 19.

Em uma declaração à coluna da jornalista Bela Megale, do jornal O Globo, Amorim explicou: “Do que eu conheço do presidente Lula, acho difícil que ele vá, porque foi ofendido pessoalmente, mas o Estado brasileiro estará representado.”

Apesar disso, Amorim salientou que o Brasil manterá uma “relação de Estado” com o país vizinho. Ele destacou a possibilidade de cultivar uma boa relação, mesmo com presidentes de ideologias distintas, desde que os interesses do Estado prevaleçam sobre preferências pessoais.

“Tudo depende da capacidade de colocar os interesses de Estado acima da preferência pessoal. Somos capazes disso. Vamos ver se o presidente eleito da Argentina também será, esperamos que sim,” comentou o diplomata.

Anteriormente, o ministro-chefe da Secom (Secretaria de Comunicação), Paulo Pimenta, havia sugerido que Lula evitasse falar com Milei até receber um pedido de desculpas. Pimenta afirmou:

“Eu (se fosse o Lula), só depois que ele me ligasse para me pedir desculpa, ofendeu de forma gratuita o presidente Lula, cabe a ele um gesto como presidente eleito, de ligar para se desculpar. Depois que acontecesse isso, eu pensaria na possibilidade de conversar.”

Nesta segunda-feira (20), Milei realizou uma videoconferência com Jair Bolsonaro (PL), que confirmou sua presença na cerimônia de posse marcada para 10 de dezembro em Buenos Aires.

Sobre esse contato, Amorim esclareceu que a aproximação entre Milei e o ex-presidente brasileiro não terá impactos substanciais para o governo brasileiro, acrescentando:

“Essa ligação não tem reflexos para o governo brasileiro. Não vai impedir a gente de tratar a relação com a Argentina como um relacionamento de Estado.” Ele ressaltou que eventuais problemas surgirão apenas se houver “interferências internas” resultantes da relação entre Milei e o clã Bolsonaro.

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