Na atual divisão entre membros do PDT no Ceará, a deputada Lia Gomes (PDT), aliada de seu irmão Cid Gomes, acusou o presidente em exercício do PDT, deputado André Figueiredo, de utilizar o partido em benefício próprio e agir de forma arbitrária para impedir maior democracia interna no partido.
Lia afirmou que André mantém os diretórios municipais em comissão provisória para intervir a qualquer momento, incluindo substituições questionáveis.
“O André usa muito o partido em benefício pessoal, ele mantém todos os diretórios municipais em comissão provisória, porque aí ele tem possibilidade de intervir a qualquer hora”, disse Lia em entrevista à Rádio O POVO/CBN.
“Já aconteceu de ele tirar pessoas ligadas a deputados do PDT e colocar gente da oposição, mas que era ligada a ele”, prosseguiu.
O contexto surge após a saída de prefeitos do PDT, anunciada por Cid, com Lia negando pressões e atribuindo a decisão a ações arbitrárias de André.
“Isso é conversa dele, os prefeitos estão saindo justamente por causa dessas ações arbitrárias do presidente (André) aqui. O Cid ouviu isso ontem de vários prefeitos. Tivemos uma reunião longa, com vários depoimentos. Essa decisão de desfiliação não foi tomada pelo Cid ou por nós deputados, ela é desde lá atrás”, explicou.
André, por sua vez, rejeita as acusações, alegando que a intervenção no comando local foi decidida de forma unânime nacionalmente e destacando a falta de arbitrariedade em sua conduta política. Ele também inverte a acusação, apontando passagens de Cid por outros partidos como PSB e PROS.
“Quem me conhece sabe, e eu não tenho passado político recente, só de PDT tenho 39 anos, e todos sabem que a arbitrariedade nunca foi minha característica. Sempre fui afeito ao diálogo, inclusive deputados que hoje tomam posição contrária a mim sabem muito bem que, no trato diário com nossos prefeitos, eu nunca tomei posição arbitrária, nunca retaliei ninguém que não votou no Roberto Cláudio na eleição passada”, também declarou ao jornal O Povo.