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Leia a extraordinária carta de demissão de Anne Boyer no New York Times.

Foram 24 horas infernais para escritores que demonstraram coragem moral. Publicado em 16/11/2023 – 11h21 Por Dan Sheehan Lit Hub — Ontem à noite, no National Book Awards, mais de uma dúzia de finalistas da NBA subiram ao palco para aproveitar o seu momento de destaque para se oporem ao bombardeio em curso de Gaza […]

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Foram 24 horas infernais para escritores que demonstraram coragem moral.

Publicado em 16/11/2023 – 11h21

Por Dan Sheehan

Lit Hub — Ontem à noite, no National Book Awards, mais de uma dúzia de finalistas da NBA subiram ao palco para aproveitar o seu momento de destaque para se oporem ao bombardeio em curso de Gaza e para apelarem a um cessar-fogo.

Então, esta manhã, foi divulgada a notícia de que a poetisa, ensaísta e editora de poesia ganhadora do Prêmio Pulitzer da New York Times Magazine, Anne Boyer, renunciou ao cargo, escrevendo em sua carta de demissão que “a guerra do Estado israelense apoiado pelos EUA contra o povo de Gaza não é uma guerra para ninguém” e que ela “não escreverá sobre poesia entre os tons ‘razoáveis’ daqueles que pretendem habituar-nos a este sofrimento irracional”.

Aqui está a extraordinária carta de demissão de Boyer — na qual ela aponta diretamente para a linguagem usada pelo seu (agora antigo) empregador na cobertura da guerra em Gaza — na íntegra:

Pedi demissão do cargo de editora de poesia da New York Times Magazine.

A guerra do Estado israelita apoiada pelos EUA contra o povo de Gaza não é uma guerra para ninguém. Não há segurança nele ou fora dele, nem para Israel, nem para os Estados Unidos ou a Europa, e especialmente não para os muitos povos judeus caluniados por aqueles que afirmam falsamente lutar em seus nomes. O seu único lucro é o lucro mortal dos interesses petrolíferos e dos fabricantes de armas.

O mundo, o futuro, os nossos corações – tudo fica menor e mais difícil com esta guerra. Não é apenas uma guerra de mísseis e invasões terrestres. É uma guerra contínua contra o povo da Palestina, pessoas que resistiram durante décadas de ocupação, deslocação forçada, privação, vigilância, cerco, prisão e tortura.

Como o nosso status quo é a autoexpressão, por vezes o modo mais eficaz de protesto para os artistas é recusar.

Não posso escrever sobre poesia no tom “razoável” daqueles que pretendem nos acostumar a esse sofrimento irracional. Chega de eufemismos macabros. Chega de paisagens infernais higienizadas verbalmente. Chega de mentiras belicistas.

Se esta demissão deixa nas notícias um buraco do tamanho da poesia, então essa é a verdadeira forma do presente.

—Anne Boyer

Esperemos que a coragem de Boyer inspire outros escritores da sua estatura a usarem as suas plataformas para se manifestarem contra esta guerra injusta.

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Comentários

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José Augusto

21/11/2023 - 20h45

O que me impressiona em toda defesa do povo de Gaza é o silêncio sepulcral quanto aos crimes contra a humanidade perpetrados pelo Hamas. Não havia guerra, e não haveria a dita guerra, se não houvesse um genocídio deflagrador. Então 13000 mortes não podem, mas 1300 assassinatos a sangue frio podem? Não tenho conhecimento para avaliar o quanto o povo de Gaza “escolheu” ou “acolheu” o Hamas. Não discuto a guerra. Ela é o exercício da resposta militar de um Estado democrático a um grupo terrorista, tirânico e desleal com seu próprio povo. Desejo que ao final disto o povo israelense perceba a necessidade de um Estado Palestino estável, livre e responsável. Só Israel pode encontrar uma solução desta equação. Porque ao outro lado, interessa o apoio da opinião pública internacional e oportunidade para uma nova violência contra o “inimigo”. Não querem paz. Não lutam contra soldados. Atacam civis, crianças, idosos. São terroristas, produzem apenas terror.

Marilia Felippe

21/11/2023 - 08h43

“As duas maiores organizações terroristas do planeta são o governo dos Estados Unidos e o governo de Israel”. Nada justifica esse genocídio e é macabro ouvir respostas aapouando tamaanha barbárie. Há que cessar fogo já. é uma guerra eugenista, supremacista. Baixemos nossas cristas, arrogantes, quem se acha o que para dizer que um povo deve desaparecer????? CESSAR FOGO JÁ!!!! #PALESTINALIVRE

Nelson

18/11/2023 - 20h56

Não, senhor Pianca. Essa mulher demonstrou que não está cega.

Cegos – pior, se fazendo de cegos – estão aqueles que costumam passar pano para as repetitivas atrocidades terroristas que os governos dos Estados Unidos e de Israel têm praticado ao longo de décadas contra os povos que ousam não se ajoelhar e ceder a seus ditames.

Cegos – pior, cinicamente, se fazendo de cegos – estão aqueles que, ainda que jurem amor à democracia, demonstram que amam mesmo é ser sabujos de ditaduras como as dos EUA e do Estado sionista de Israel.

E a cegueira é tão cínica que o senhor tem a coragem de afirmar que ”’Jornalistas’ que apoiam estes ditadores, fossem eles jornalistas lá na Rússia ou na China e quisessem contestar e já teriam ‘desaparecido’. Escreveu isto ainda que esteja ciente de que quase 40 jornalistas foram mortos pelos bombardeios de Israel contra o povo palestino somente desde o dia 07 de outubro.

Ademais, se formos falar em terrorismo, prefiro ouvir o linguista e filósofo Noam Chomsky. No livro “Piratas e Imperadores, Antigos e Modernos-O Terrorismo Internacional no Mundo Real”, Chomsky afirma, categoricamente:
“As duas maiores organizações terroristas do planeta são o governo dos Estados Unidos e o governo de Israel”.

Detalhe. O linguista não é árabe, russo, chinês, cubano ou iraniano, que possa virar alvo daquelas acusações fajutas de que nutriria ódio irracional aos Estados Unidos e a Israel. Noam Chomsky nasceu nos EUA e é descendente de judeus.

EdsonLuíz.

18/11/2023 - 00h25

Esta mulher está cega para o que aconteceu alguns dias atrás em Israel?
■Ali no corredor palestino se lida com TERRORISTAS !

■T.E.R.R.O.R.I.S.T.A.S !

E aquela é uma realidade bem complexa.
E uma realidade bem triste e difícil também.

■Há os erros do Estado de Israel, sim, e são erros bem graves que precisam ser denunciados! Mas um destes erros não é o de combater terroristas covardes e mentirosos, que chegam a usar os corpos de crianças como escudo.

O que gente fedida, apoiadora de Xi Jiping e de Vladimir Putin tem por objetivo quando fala de crianças não é proteger crianças e sim proteger os terroristas, deixando-os impunes e prontos para continuarem praticando suas insanidades.

Como é insanidade apoiar ditadores como Xi Jiping e Vladimir Putin.
■”Jornalistas” que apoiam estes ditadores, fossem eles jornalistas lá na Rússia ou na China e quisessem contestar e já teriam “desaparecido”.

■Viva a democracia!

Ugo

17/11/2023 - 22h55

Quem declarou guerra a Israel são os Palestinos e não de ontem mas há muitos anos.

Dessa vez o problema Palestina será resolvido para sempre pelo bem da humanidade e desta escritora também.

Não se entende porquê foi criada esta aberração quando é notório ao mundo que o islam é uma religião primitiva que não admite a existência da religião ebraica (e nem da cristã).

Ronei

17/11/2023 - 21h41

Na Palestina e nos outros países árabes/islâmicos do oriente médio as mulheres que segundo os homens cometem adultério são apedrejadas após ser enterradas pela metade do corpo para que não se mecham.

Fanta

17/11/2023 - 21h08

Fale em primeira pessoa e não pelos outros essa mulher.

Não tem petróleo nenhum em Gaza, é uma porcaria de pedaço de deserto contaminado pelo extremismo islâmico onde nem piolhos tem.


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