Israel pede que Lula entre na jogada para libertar reféns israelenses em Gaza

MIGUEL SCHINCARIOL/AFP

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comprometeu-se, em uma ligação telefônica com o presidente de Israel, Isaac Herzog, a intensificar seus apelos pela libertação de reféns mantidos pelo grupo militante Hamas.

Lula expressou grande preocupação com a crise humanitária em Gaza, especialmente em relação às crianças. A conversa, que durou cerca de 40 minutos, abordou a solicitação de Herzog de auxílio, envolvendo a articulação com países da América Latina.

A Presidência da República divulgou que, além de se comprometer com o pedido de Herzog, Lula destacou ter feito apelos semelhantes pela libertação de reféns em contatos com diversos líderes do Oriente Médio, como Irã, Emirados Árabes Unidos, Turquia, Catar, Egito, Autoridade Palestina, França, Rússia e Índia. O presidente brasileiro também mencionou a videoconferência realizada com familiares israelenses dos reféns.

Lula agradeceu o apoio israelense à repatriação de 32 brasileiros e seus familiares que estavam em Gaza. Ele informou que o governo brasileiro está elaborando uma segunda lista com brasileiros e parentes palestinos. O presidente reafirmou a postura pacífica do Brasil, manifestando repúdio a atos de antissemitismo, os quais o governo brasileiro está empenhado em coibir.

Ao recordar o envolvimento do Brasil na criação do Estado de Israel, Lula expressou sua convicção sobre a importância da solução de dois Estados, com Israel e Palestina vivendo lado a lado, possuindo fronteiras seguras e mutuamente aceitas.

Ele já havia demonstrado preocupação anteriormente com os civis em Gaza, criticando a operação do Exército israelense e considerando os ataques em retaliação ao Hamas tão graves quanto a ação do grupo militante, alegando que as forças israelenses estariam matando civis “sem nenhum critério”.

Lula fez essas declarações durante uma cerimônia no Palácio do Planalto, em meio à guerra que teve início em 7 de outubro, quando membros armados do Hamas romperam a cerca da fronteira da Faixa de Gaza com o sul de Israel.

Os israelenses alegaram que o grupo palestino matou 1.200 pessoas e sequestrou 240, no pior dia de violência na história de Israel. Em resposta, Israel impôs um cerco e realizou ataques aéreos, marítimos e terrestres ao enclave densamente povoado e controlado pelo Hamas. De acordo com o Ministério da Saúde em Gaza, os ataques israelenses resultaram na morte de mais de 11,5 mil pessoas, sendo cerca de 40% delas crianças.

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