O Estadão divulgou hoje uma matéria com a manchete “Ministério da Justiça recebeu mulher de líder do Comando Vermelho para duas reuniões”, sugerindo proximidade do Governo Lula com organizações criminosas.
Além disso, a reportagem tem outro alvo definido: o ministro da Justiça Flávio Dino. O texto destaca que as agendas foram divulgadas sem o nome da mulher supostamente ligada à facção criminosa, Luciane Barbosa Farias, e seu marido, Tio Patinhas.
“Ela e o marido foram condenados em segunda instância por lavagem de dinheiro, associação para o tráfico e organização criminosa. Tio Patinhas cumpre 31 anos no presídio de Tefé (AM). Luciane foi sentenciada a dez anos e recorre em liberdade”, publicou o Estadão.
“Sobre Luciane, o Ministério Público do Amazonas aponta que ela atuou como o braço financeiro da operação do marido”, prosseguiu o jornal.
O Ministério da Justiça esclareceu que as agendas foram solicitadas por uma advogada da ANACRIM, Janira Rocha, e não pela mencionada. A ANACRIM defende a atuação de Janira em prol de tratamento digno aos familiares de presos.
O MJ alega que não poderia antecipar a presença de Luciane nas reuniões, pois a solicitação foi feita pela entidade de advogados, não pela cidadã mencionada. O Setor de Inteligência do MJ destaca a impossibilidade de detecção prévia da situação da acompanhante.
“A cidadã mencionada no pedido de nota não foi a requerente da audiência, e sim uma entidade de advogados. A presença de acompanhantes é de responsabilidade exclusiva da entidade requerente e das advogadas que se apresentaram como suas dirigentes”, esclareceu a pasta.
“Sobre atuação do Setor de Inteligência, era impossível a detecção prévia da situação de uma acompanhante, uma vez que a solicitante da audiência era uma entidades de advogados, e não a cidadã mencionada no pedido de nota. Todas as pessoas que entram no MJSP passam por cadastro na recepção e detector de metais“, prosseguiu.
Já para a ANACRIM, “não é novidade que, quando uma parte conservadora da imprensa quer atacar o relevante trabalho social realizado pelo Ministério da Justiça, levantam a fantasiosa ‘conexão’ do MJ com facções criminosas, o que também ocorreu, de forma lamentável, por ocasião da visita do Exmo. Sr. Ministro Flávio Dino a comunidades do Rio de Janeiro, local de residência de centenas de milhares de trabalhadores”.