O senador e ex-juiz parcial Sérgio Moro deu uma explicação esfarrapada quando questionado sobre o desaparecimento de bens, incluindo obras de arte, que foram apreendidos pela Operação Lava Jato e estavam sob a supervisão da 13ª Vara Federal de Curitiba, onde ele atuou como juiz, e do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).
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Durante uma correição realizada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que também apontou sinais de uma gestão desordenada nos acordos de leniência conduzidos pela força-tarefa e validados por Moro e seus colegas no TRF-4, foi constatado o sumiço desses objetos. Os membros do CNJ, responsáveis pela correição, não conseguiram rastrear diversos bens e recursos, incluindo os confiscados no exterior.
Ao abordar o assunto em uma entrevista à Jovem Pan de Maringá, cidade natal de Moro, o senador criticou a atuação da corregedoria do CNJ, sob responsabilidade do ministro Luis Felipe Salomão, e tentou justificar a divulgação da informação como uma suposta “perseguição” aos juízes.
Moro alegou: “O que vemos é a corregedoria do CNJ atuando de uma maneira bastante discutível. Isso é plantação de notícias na imprensa”, enquanto também relacionava a correição do CNJ ao “clima de perseguição que existe sobre o judiciário”.
Em uma tentativa de justificar a baderna o senador afirmou: “Nas operações, muitas vezes, as pessoas lavavam dinheiro comprando obras de arte. E nós apreendíamos. E o que fazíamos: colocávamos nas mãos do Museu Oscar Niemeyer. Então está tudo lá”.
Além disso, Moro fez uma comparação rídicula entre a investigação do CNJ sobre a juíza catarinense Joana Ribeiro Zimmer e um caso em que a juíza impediu uma criança de 11 anos, grávida vítima de estupro, de realizar um aborto legal. Moro defendeu a juíza, que está enfrentando um processo disciplinar no CNJ, questionando as garantias da magistratura.
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