Não há um registro preciso do paradeiro de todos os itens apreendidos, incluindo obras de arte, e a 13ª Vara Federal demonstrou uma gestão caótica no controle dos valores provenientes de acordos com o Ministério Público, conforme relatado por Lauro Jardim, do O Globo, e confirmado pela revista Consultor Jurídico.
A correição extraordinária, divulgada em agosto, apontou a bagunça na gestão de recursos de colaborações e leniências homologadas por Moro.
Através desses acordos, os procuradores de Curitiba direcionaram R$ 2,1 bilhões à Petrobras entre 2015 e 2018, autorizados pela 13ª Vara, como ressarcimento por desvios.
Esses recursos possibilitaram à Petrobras firmar acordo internacional, comprometendo-se a investir valores devidos no exterior na criação de uma fundação anticorrupção.
Um levantamento do Tribunal de Contas da União revelou irregularidades na destinação de R$ 22 bilhões provenientes de acordos de leniência, apontando falta de transparência.
Em setembro, o ministro Bruno Dantas destacou a tentativa da “lava jato” de criar um fundo bilionário com dinheiro da Petrobras, administrado pelos procuradores, sublinhando a necessidade de frear a transferência de patrimônio público para interesses individuais.
“A grande verdade é que nós temos promotores e procuradores espalhados pelo Brasil que viraram verdadeiros gestores públicos. E o pior: sem a responsabilidade que os gestores públicos têm. O que está acontecendo é a transferência de patrimônio do Estado brasileiro para a gestão de agentes da lei. É disso que nós estamos tratando nesta tarde”, afirmou o ministro.