A Polícia Federal prendeu na manhã desta quinta-feira João Cláudio Tozzi, de 59 anos, sob a acusação de envolvimento nos atos terroristas de 8 de janeiro. O empresário, que havia compartilhado um vídeo em suas redes sociais no dia dos ataques, no qual chorava e celebrava os acontecimentos, é apontado por ter ocupado a cadeira de um dos ministros do STF. Sua identificação ocorreu através da identificação da marca de sua digital deixada em uma vidraça no tribunal.
Nascido em Goioerê, município do interior do Paraná, João Cláudio Tozzi foi localizado em Engenheiro Beltrão, também no mesmo estado. Identificado como “bolsonariano”, Tozzi teve uma tentativa política ao concorrer, em 2020, a uma vaga de vereador pelo PDT. Para homenagear o então presidente, adotou o nome de urna João Cláudio Bolsonaro Tozzi. No entanto, com 57 votos, não conseguiu ser eleito.
Na última eleição, além de pedir apoio para Jair Bolsonaro, o empresário do setor da construção civil também solicitou votos para o candidato a deputado federal do Paraná conhecido como ‘Japonês da Federal’, o agente da Polícia Federal Newton Hinedori Ishii, notório por conduzir presos durante a Operação Lava-Jato. Tozzi chegou a compartilhar em suas redes sociais um vídeo de agradecimento recebido do policial, no qual é carinhosamente chamado por ele de “Cláudio Bolsonaro”.
Após a declaração da vitória de Lula, João Cláudio envolveu-se nos bloqueios organizados por apoiadores de Bolsonaro, chegando a convocar manifestantes para um ponto de encontro na rodovia que leva à cidade de Goioerê. No final de novembro, deixou a cidade em direção ao Distrito Federal, estabelecendo-se no acampamento em frente ao Quartel-General do Exército, onde permaneceu até o dia 8 de janeiro.
Após a ocupação dos edifícios públicos, o empresário divulgou um vídeo em suas redes sociais, no qual expressava emoções mistas de choro e celebração pelos eventos. Posteriormente, a gravação foi removida.
“Tomamos o poder. O povo brasileiro tomou o poder”, afirmava na gravação.
Identificação através da digital
A presença de Tozzi nos eventos foi descoberta exclusivamente por meio de sua impressão digital, deixada em uma vidraça na sede do Supremo. Além disso, os investigadores o flagraram dentro do STF, ocupando a cadeira de um dos ministros. O setor de perícia da Polícia Federal comparou as imagens das câmeras de segurança com o material genético coletado no local para confirmar sua identidade.
Conforme informações da Polícia Federal, Tozzi pode enfrentar acusações relacionadas a diversos crimes, incluindo abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, bem como destruição, deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.
Com informações do O GLOBO e da Revista Fórum