Após mais de quinze dias desde a ação da Polícia Federal (PF) visando investigar condutas irregulares praticadas por funcionários da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), os líderes das duas instituições do governo federal ainda não se reuniram para discutir o assunto. Com informações do Metrópoles.
No dia da ação (20/10), Andrei Rodrigues, que lidera a PF, tentou entrar em contato com Luiz Fernando Corrêa, que ocupa a posição de diretor na Abin, no entanto, não obteve qualquer resposta.
Um clima de desconforto parece existir entre as duas organizações desde a operação, uma vez que membros da Abin afirmam que estavam cooperando com a investigação, contestando a ação de busca e apreensão realizada, o que é contradito pelos investigadores da PF.
Corrêa, um ex-delegado da Polícia Federal, desempenhou funções importantes ao longo de sua carreira. Ele atuou como secretário de segurança pública durante o primeiro mandato do presidente Lula, entre 2003 e 2007, e também ocupou o cargo de diretor-geral da Polícia Federal de 2007 a 2010.
A operação
Investigações da PF revelaram que o governo Bolsonaro usou a ABIN, principal agência de inteligência do governo federal, para espionar adversários políticos e jornalistas.
Segundo a PF, a suspeita é que dois servidores da Abin, alvo de processos administrativos disciplinares, teriam “utilizado o conhecimento sobre o uso indevido do sistema como meio de coerção indireta para evitar a demissão”.
A Abin adquiriu o software de monitoramento de localização de celulares chamado FirstMile em 2018, no final da administração de Michel Temer, ao custo de R$ 5,7 milhões, sem a necessidade de licitação. Essa ferramenta possibilita o rastreamento dos dados de GPS de indivíduos através das informações transmitidas de seus celulares para as torres de telecomunicação.
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