Pessoas próximas a Lula afirmam que notaram uma significativa redução no entusiasmo dele em relação à possível indicação de Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal (STF) nos últimos dias. Com informações do GLOBO.
Isso ocorreu principalmente devido à relutância do presidente em ter que autorizar uma operação de GLO, ou Garantia da Lei e da Ordem, como resposta ao aumento da criminalidade no Rio.
Lula, junto com vários líderes influentes do PT, está insatisfeito (ou desapontado, de acordo com algumas fontes) com o ministro da Justiça, devido à sua relutância em relação à operação de Garantia da Lei e da Ordem.
No entanto, o ministro da Justiça e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, teriam informado ao presidente que a PF não dispunha de recursos humanos e infraestrutura necessários para intensificar o patrulhamento de portos, aeroportos e regiões de fronteira, conforme exigido.
É importante destacar que a PF tem experimentado atrasos em diversas operações e análises forenses devido à mobilização da corporação em busca de aumentos salariais. Essa forma de protesto, conhecida como “greve branca,” tem impactado investigações cruciais, como aquelas relacionadas aos eventos de 8 de janeiro e à delação do ex-ajudante de ordens Mauro Cid.
Nesse contexto, Lula concordou em decretar a GLO, que os ministros passaram a chamar de “GLO restrita” ou “GLO diferenciada,” com o objetivo de enfatizar a distinção em relação a várias outras operações do passado que não produziram resultados significativos.
Por meio da GLO que foi anunciada na última quarta-feira (1), a Marinha irá intensificar suas operações na Baía de Guanabara (RJ), na Baía de Sepetiba (RJ), no Porto de Santos (SP) e no Lago de Itaipu. Em colaboração com a Polícia Federal e a Receita Federal, a Aeronáutica irá reforçar a presença nos aeroportos e nas fronteiras do Brasil com outros países, concentrando-se particularmente nos estados do Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Também está programada a formação de uma força-tarefa com o propósito de conduzir operações de inteligência destinadas a desmantelar os arranjos financeiros do crime organizado, principalmente no contexto das atividades relacionadas ao tráfico de drogas, milícias e narcomilícias.
Apesar de ter enfatizado que essa Garantia da Lei e da Ordem (GLO) visa “definitivamente tirar o poder do crime organizado”, Lula, que prefere não receber soluções prontas e valoriza a capacidade de tomar decisões, expressou claramente sua insatisfação a membros de sua equipe próxima.
No Brasil, somente o presidente tem a autoridade para decretar uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO), e ele havia se recusado a fazê-lo em 8 de janeiro, quando Brasília foi alvo de ataques golpistas.
Nesse tipo de operação, as Forças Armadas recebem uma ampliação de sua autoridade para participar no restabelecimento da ordem pública. Entretanto, conceder maior autoridade aos militares, especialmente após os eventos de 8 de janeiro, é algo que Lula e os membros do Partido dos Trabalhadores preferem evitar.
Lula também considerava que a decisão de decretar uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO) implicava assumir uma responsabilidade que, em sua visão, deveria ser atribuída ao governo estadual, liderado por Cláudio Castro, do Partido Liberal (PL), que está alinhado com Jair Bolsonaro.
Contudo, o aumento da violência no Rio de Janeiro, evidenciado pelo assassinato de médicos paulistas por traficantes e pelos incêndios em ônibus por milicianos em protesto contra a prisão de um deles, juntamente com os pedidos de socorro de Cláudio Castro, acabaram por compelir o governo a tomar medidas.
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