No Ceará, o governo, por meio da Procuradoria-Geral do Estado, decidiu buscar na Justiça a interpelação do ex-governador Ciro Gomes (PDT), a fim de que ele sustente sua afirmação de que “não se realiza uma obra pública sem pagar propina” no estado.
A declaração de Ciro foi feita em 30 de outubro durante a convenção estadual do PSDB. O governo cearense transcreveu o trecho no qual Ciro afirma que “tá tudo dominado, que nem as periferias estão pelas facções criminosas. Eu vou dizer para vocês: hoje, no Ceará, que era famoso pela decência, não se realiza uma obra pública sem pagar propina!”
A interpelação feita pelo governador Elmano de Freitas (PT) será analisada pela 14ª Vara da Fazenda Pública de Fortaleza. A petição é assinada pelo procurador-geral, Rafael Machado Moraes, e pelo procurador-geral executivo assistente, Iuri Chagas de Carvalho.
Conforme a demanda da PGE, a Justiça deve exigir que Ciro apresente, em até três dias, as provas e fatos que embasam suas acusações. Caso ele não forneça os elementos, deverá se retratar no mesmo prazo.
“A generalização feita pelo interpelado atinge a imagem de todos os servidores e colaboradores, uma vez que a imputação feita a órgãos e Secretarias decorre de atos e manifestações praticados por agentes públicos. A acusação e generalização cometidas pelo interpelado são gravíssimas, portanto.”
A guerra no PDT
Além disso, o PDT enfrenta um conflito interno, já que um documento do partido aponta Ciro Gomes como responsável pela proposta de intervenção da diretoria nacional do PDT na seção do Ceará, que resultou na remoção do senador Cid Gomes (PDT-CE) do comando do diretório estadual.
A disputa entre os irmãos Ciro e Cid Gomes envolve divergências sobre a estratégia de alinhamento ou não ao PT nas eleições municipais de 2024. O ex-presidenciável defende a reeleição de Sarto Nogueira (PDT) para a prefeitura de Fortaleza, enquanto o senador busca uma aliança com o governador do Ceará, Elmano de Freitas.
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