Putin busca mais um mandato presidencial

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Vladimir Putin, com 71 anos de idade, optou por se candidatar nas eleições presidenciais de março, uma escolha que garantirá sua permanência no cargo pelo menos até 2030. Seis fontes que falaram com a Reuters afirmaram que o líder do Kremlin acredita ser seu dever liderar a Rússia durante um dos momentos mais arriscados em várias décadas.

Desde sua posse no último dia de 1999, Putin tem ocupado a presidência por um período mais longo do que qualquer outro líder russo desde Josef Stalin, superando até mesmo o extenso mandato de 18 anos de Leonid Brezhnev.

As fontes, que preferiram manter o anonimato devido à delicadeza da política no Kremlin, revelaram à Reuters que assessores estavam se preparando para a possível reeleição de Putin.

O presidente russo alega que o seu governo conta com a aprovação de 80% da população. Além disso, ele sustenta que sua candidatura receberá apoio do Estado, dos meios de comunicação estatais, e prevê pouca oposição ao seu governo, o que o leva a acreditar que terá sucesso nas eleições.

“A decisão foi tomada – ele será candidato”, declarou uma das fontes. Segundo uma fonte citada pelo jornal russo Kommersant no mês passado, o anúncio oficial deve ser feito nas próximas semanas.

Embora muitos diplomatas antecipem que Putin deseje permanecer no poder indefinidamente, até o momento, ele não confirmou oficialmente sua intenção de se candidatar nas eleições presidenciais de março de 2024.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, optou por não fazer comentários a respeito. Em setembro, Peskov afirmou que, se Putin decidisse se candidatar, ninguém seria capaz de competir com ele.

Guerra

Embora Putin possa não ter adversários significativos nas eleições, o ex-agente do KGB enfrenta um conjunto de desafios considerável, o mais significativo desde que Mikhail Gorbachev lidou com a dissolução da União Soviética há mais de três décadas.

A guerra na Ucrânia desencadeou o mais significativo confronto com o Ocidente desde a crise dos mísseis cubanos de 1962. As sanções impostas pelo Ocidente tiveram um impacto econômico negativo na Rússia, sendo o mais grave em décadas. Além disso, Putin enfrentou um levante malsucedido liderado por Yevgeny Prigozhin, o mercenário mais influente da Rússia, em junho.

O Ocidente rotula Putin como um criminoso de guerra.

Para alguns russos, no entanto, a guerra na Ucrânia evidenciou a divisão existente na Rússia desde o período pós-soviético. O político da oposição russa detido, Alexei Navalny, por exemplo, argumenta que Putin liderou o país em direção a um beco sem saída estratégico que levará à ruína, estabelecendo um sistema frágil e corrupto que, eventualmente, resultará em caos.

“A Rússia está prestes a retroceder”, disse Oleg Orlov, um dos mais respeitados ativistas dos direitos humanos na Rússia, à Reuters em julho. “Saímos do totalitarismo comunista, mas agora regressamos a um tipo diferente de totalitarismo.”

Estima-se que milhares de soldados russos e ucranianos tenham perdido a vida ou tenham ficado feridos em um período de pouco mais de um ano e meio de conflito, um número mais elevado do que em outras guerras em que a Rússia esteve envolvida.

Rhyan de Meira: Rhyan de Meira é estudante de jornalismo na Universidade Federal Fluminense. Ele está participando de uma pesquisa sobre a ditadura militar, escreve sobre política, economia, é apaixonado por samba e faz a cobertura do carnaval carioca. Instagram: @rhyandemeira
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