Jeferson Miola //
Ilustração: Latuff //
O objetivo genuíno e essencial do regime sionista de apartheid não é o de acabar com o grupo Hamas, como alega o criminoso de guerra Benjamim Netanyahu, mas sim o de exterminar o povo palestino.
A satanização do Hamas serve à propaganda nazi-sionista para justificar a terrível devastação e limpeza étnica que Israel está executando na Faixa de Gaza.
O plano consiste em substituir inteiramente a demografia dos territórios palestinos por uma ocupação “limpa e pura”, livre dos “animais selvagens”, como proclamam os condutores da ofensiva genocida em Gaza. Não é uma mera coincidência: os nazistas se referiam aos judeus como “ratos que deveriam ser eliminados”.
A agressão terrorista e criminosa de Israel não foi desatada em reação aos ataques do Hamas de 7 de outubro, como querem fazer crer os sionistas, os EUA e a mídia mundial hegemônica.
O ódio, o racismo e a desumanização dos palestinos são a marca congênita do sionismo. Este sentimento vem de longe. Para o sionismo, a eliminação do povo palestino é pré-requisito para a concretização do Estado Judeu.
Na Carta do secretário britânico de Assuntos Estrangeiros Arthur James Balfour enviada há 106 anos [2/11/1917 – Declaração de Balfour] ao Barão Rothschild, líder da Federação Sionista da Grã-Bretanha, a Inglaterra assegurou aos sionistas o compromisso com o estabelecimento do “Lar Nacional para o Povo Judeu”.
E este “Lar Judeu” prometido pela potência européia não seria criado em algum lugar do extenso território europeu, mas na Palestina – nação exposta à usurpação, à violação e à colonização.
A Declaração de Balfour, de mais de um século atrás, foi uma senha das atrocidades, martírios e provações pelas quais padece o povo palestino até hoje, inapelavelmente condenado ao confinamento em campos de concentração para seu banimento final.
O texto menciona apenas “coletividades não-judaicas existentes na Palestina”, mas não cita nominalmente os árabes e os próprios palestinos que habitavam aquele território há mais de mil anos.
“Mas o que é um ‘Estado Judeu?”, pergunta o intelectual trotskista Daniel Bensaïd no prefácio do livro Abril em Jenin.
É “um Estado étnico-teocrático fundado sobre o direito do sangue e sobre a recusa do direito de chão para os palestinos; um Estado condenado à fuga para a frente […] a uma espiral mortífera que leva ao impasse não somente o povo palestino, mas o próprio judeu”, conclui Bensaïd.
A expansão permanente da colonização territorial e o morticínio palestino programado –que seletivamente assassina de modo majoritário crianças e mulheres– se amparam na justificação da existência de um Estado Judeu erguido sobre o signo da violência, do racismo, do nazismo e do apartheid.
Ano após ano nos últimos 75 anos, Israel se distancia da resolução da ONU de 1948 e torna cada vez mais distante a possibilidade de coexistência de dois Estados soberanos para dois povos.
Até hoje Israel desobedeceu a todas as resoluções das Nações Unidas. E, impunemente, com a cumplicidade dos EUA, segue avançando o regime sionista e genocida de apartheid até alcançar a “solução final”.
O Hamas é mero pretexto justificador do Holocausto em Gaza.