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Lula e sua estratégia para fortalecer o executivo

Lula segue dando recados sobre a condução do seu governo, na reunião ministerial desta sexta-feira (2), o presidente afirmou que os ministros devem investir os recursos de suas pastas em obras e projetos de insfraestrutura no país. Em meio a discussão sobre meta fiscal, Lula disse: ‘dinheiro bom é dinheiro transformado em obra’. E embora […]

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Pacheco, Lula, Lira: entrega do arcabouço nesta terça-feira. (Ricardo Stuckert /PR/Divulgação)

Lula segue dando recados sobre a condução do seu governo, na reunião ministerial desta sexta-feira (2), o presidente afirmou que os ministros devem investir os recursos de suas pastas em obras e projetos de insfraestrutura no país.

Em meio a discussão sobre meta fiscal, Lula disse: ‘dinheiro bom é dinheiro transformado em obra’. E embora seja sim um recado para reforçar que a déficit fiscal deva ficar entre 0,5% e 0,75% do PIB, há muito mais nessa fala do que se pode imaginar.

Uma das coisas que deu força e poder ao centrão e o orçamento secreto durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro foi a baixíssima execução orçamentária das pastas. Poucas obras, poucas políticas públicas e pouco investimento do governo brasileiro no Brasil. E com dinheiro parado, ficou fácil que os militares no governo realocassem esses recursos diretamente para parlamentares que gastaram cifras enormes do orçamento público com fraudes e projetos totalmente desvinculados com políticas públicas ou algum planejamento técnico.

Não é por menos que o centrão cresceu ainda mais em 2022, já que estes recursos iam diretamente para as bases eleitorais de políticos do centrão.

Com o fim do governo Bolsonaro, Lula tentou e ainda tenta voltar a fortalecer a figura do presidência da República e seu poder de negociação e parte disso começa com fazer o extremo oposto de seu antecessor: muita execução orçamentária.

Se o centrão GASTA recursos públicos à esmo, o governo federal faz INVESTIMENTO com base nos seus técnicos e estudos, além de pautado em políticas públicas consistentes. E com o centrão sedento por cada vez mais fatias do orçamento público, garantir que os ministérios executem seus orçamentos é uma maneira de fortalecer o executivo.

Essa também é a leitura de interlocutores e pessoas próximas do presidente que acreditam que deixar dinheiro parado nas pastas é deixar dinheiro esse dinheiro à disposição do centrão.

O presidente tem a difícil tarefa de fortalecer a presidência da República sem iniciar uma guerra com o Congresso Nacional. Fazer isso também faz parte do seu objetivo de devolver o país para a normalidade.

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Cleber Lourenço

Defensor intransigente da política, do Estado Democrático de Direito e Constituição. | Colunista n'O Cafézinho com passagens pelo Congresso em Foco, Brasil de Fato e Revista Fórum | Nas redes: @ocolunista_

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