Na última segunda-feira, 30, os Estados Unidos emitiram uma ameaça, indicando que tomarão medidas caso o governo da Venezuela não honre os compromissos estabelecidos recentemente com a oposição no âmbito da rota eleitoral. A declaração foi feita em resposta à decisão do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) de invalidar as eleições primárias da oposição realizadas oito dias antes, de acordo com a agência de notícias Télam.
Um porta-voz do Departamento de Estado afirmou a jornalistas:
“Os Estados Unidos tomarão medidas se o presidente Nicolás Maduro e seus representantes não cumprirem os compromissos estabelecidos na rota eleitoral, visando às eleições presidenciais de 2024.” Ele enfatizou que os EUA e a comunidade internacional estão monitorando de perto a implementação dessa rota eleitoral, conforme relatado pelo jornal americano Voz da América e pela agência de notícias AFP.
Essa declaração foi feita algumas horas após o STJ anunciar a suspensão de “todos os efeitos das diferentes fases do processo eleitoral conduzido pela Comissão Nacional de Primárias” da Plataforma Democrática Unitária, que representa a maioria da oposição.
Em 25 de outubro, a Procuradoria iniciou uma investigação sobre o processo eleitoral das primárias da oposição por supostos crimes, como usurpação de funções eleitorais, usurpação de identidade, legitimação de capitais e associação para delinquir.
As primárias foram conduzidas pela Plataforma sem a supervisão do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), poucos dias após representantes do governo e da oposição concordarem, em Barbados, com a realização de eleições presidenciais no segundo semestre de 2024, com observação internacional.
A ex-deputada María Corina Machado venceu as primárias com 92% dos votos entre 10 pré-candidatos. No entanto, ela está inelegível para concorrer a cargos públicos por 15 anos.
Além disso, em decorrência do acordo de Barbados, os Estados Unidos suspenderam por seis meses várias sanções anteriormente impostas à Venezuela após o não reconhecimento da vitória eleitoral de Maduro em 2018. No entanto, eles alertaram que essas sanções seriam reintegradas caso Caracas não revogasse as inelegibilidades e não libertasse mais de 270 opositores presos.
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