De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção industrial brasileira registrou um aumento de 0,1% em setembro em relação ao mês anterior, mantendo a tendência estável observada ao longo do ano.
Em comparação com o mesmo período do ano passado, a produção industrial teve um aumento de 0,6%. As expectativas anteriores à divulgação, de acordo com uma pesquisa da Reuters com economistas, previam uma queda de 0,1% na variação mensal e um aumento de 0,7% na base anual.
Segundo o IBGE, a principal contribuição para esse resultado foi a alta na atividade das indústrias extrativas, com um aumento de 5,6%, recuperando-se de uma perda de 5,6% nos meses de julho a agosto. André Macedo, gerente da pesquisa, explicou:
“Além da base de comparação baixa, o setor de indústrias extrativas se beneficiou do aumento na extração de petróleo e minérios de ferro neste mês. Esse segmento representa cerca de 15% da indústria total e exerce o principal impacto positivo no acumulado do ano.”
Outros setores que contribuíram positivamente para o desempenho da indústria foram o de produtos químicos (1,5%) e de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (0,5%).
Apesar disso, a indústria ainda se encontra 1,6% abaixo do nível pré-pandemia, em fevereiro de 2020, e 18,1% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011. Além disso, no acumulado do terceiro trimestre em relação aos três meses anteriores, a produção permaneceu estável.
Entre as 20 atividades que registraram queda na produção em setembro, os produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-16,7%), máquinas e equipamentos (-7,6%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-4,1%) tiveram os principais impactos negativos. Macedo observou:
“A indústria está com pouca dinâmica e força para recuperar as perdas do passado; mesmo quando há avanços, o setor não consegue elevar seu patamar em relação ao final do ano passado.”
Ele acrescentou ainda que “as taxas de juros elevadas, embora em declínio, continuam a ser um fator importante que limita o crescimento da indústria. A política monetária mais restritiva afeta tanto os investimentos das empresas quanto o consumo das famílias, impactando a oferta de crédito e aumentando a inadimplência.”
A taxa básica de juros Selic está atualmente em 12,75%, após o Banco Central reduzir os juros em 0,50 ponto percentual por dois meses consecutivos, mas continua em um nível restritivo para a atividade econômica, enquanto o banco central busca controlar a inflação.
Com informações da Reuters
Saulo
01/11/2023 - 16h12
Subiu 0,1%…kkkkk