Menu

Decisão do TSE aprofunda tensões com militares ao inelegibilizar Braga Netto

A decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que considerou Jair Bolsonaro e Walter Braga Netto culpados por abuso de poder político e econômico devido à utilização inadequada das celebrações do Bicentenário da Independência, intensifica as tensões entre a Corte Eleitoral e os militares, ao tornar inelegível o general que anteriormente apoiou a campanha do ex-presidente. […]

sem comentários
Apoie o Cafezinho
Siga-nos no Siga-nos no Google News
Foto: Agência Brasil

A decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que considerou Jair Bolsonaro e Walter Braga Netto culpados por abuso de poder político e econômico devido à utilização inadequada das celebrações do Bicentenário da Independência, intensifica as tensões entre a Corte Eleitoral e os militares, ao tornar inelegível o general que anteriormente apoiou a campanha do ex-presidente. Com informações do O GLOBO.

Leia também: Braga Netto é inelegível

Na realidade, o TSE desfez completamente os objetivos políticos de Braga Neto e o excluiu da cena política até 2030, o que significa que ele não poderá concorrer à prefeitura do Rio de Janeiro no próximo ano, nem ao Senado por Minas Gerais, sua terra natal, em 2026. O general, que atualmente possui 66 anos, só terá a oportunidade de buscar novamente um cargo eletivo quando completar 73 anos.

Leia também: Ramagem assume candidatura do bolsonarismo no Rio após inelegibilidade de Braga Netto

De acordo com as informações fornecidas pela equipe do jornal, a inaptidão do general era considerada uma aposta segura pelos oponentes de Bolsonaro, mesmo que tenha sido decidida por uma margem estreita de votos.

Inicialmente, o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, teve a responsabilidade de proferir o voto que temporariamente desempatou a votação e determinou o destino político de Braga Netto.

Com a maioria já estabelecida devido à inelegibilidade de Braga Netto, o relator do caso, Benedito Gonçalves, revisou seu voto, que tinha dado na semana anterior, para seguir o entendimento da maioria, consolidando assim a votação com um placar de 5 a 2 e determinando a exclusão do general das eleições até 2030.

Essa não é a primeira vez, e com certeza não será a última, em que Alexandre de Moraes entra em conflito com os militares. O ministro atua como relator no Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito que investiga a participação de membros das Forças Armadas nos atos antidemocráticos que resultaram na invasão e no vandalismo na sede dos três poderes em 8 de janeiro.

Durante as eleições, o presidente do TSE enfrentou uma disputa de poder com as Forças Armadas, que insistiram na implementação de várias medidas alegando que isso melhoraria o sistema eleitoral. Após a conturbada campanha do ano passado, Moraes excluiu os militares de uma comissão encarregada de supervisionar o processo eleitoral dentro do TSE.

A penalização mais rigorosa imposta a Braga Netto não foi recomendada nem pelo vice-procurador-geral eleitoral, Paulo Gonet, nem estava incluída no voto inicial do relator das ações, ministro Benedito Gonçalves, que é conhecido pelos seus colegas pela precisão técnica na análise das condutas dos investigados.

Foi responsabilidade de um dos recém-chegados ao TSE, o ministro Floriano Azevedo, colocar a questão no centro do debate durante a sessão na última quinta-feira.

Na terça-feira, os ministros André Ramos Tavares, Cármen Lúcia e Alexandre de Moraes seguiram a mesma interpretação de seu colega e decidiram declarar Braga Netto inelegível, afastando-o das eleições até 2030.

O entendimento do TSE é que, para aplicar a inelegibilidade a um candidato devido à prática de abuso de poder, é necessário demonstrar que o político tenha tido envolvimento direto ou indireto nos eventos considerados abusivos.

Braga Netto esteve presente no desfile militar do ano passado, em uma motociata e nos discursos de Bolsonaro em trios elétricos no Rio e em Brasília.

“Houve um planejamento, uma organização desses atos e a execução no dia 7 de Setembro. A conduta vedada foi amplamente comprovada. O segundo investigado inclusive era da coordenadoria da campanha, tudo isso numa linha de sequência muito clara: um ato, depois do outro”, disse Cármen Lúcia.

Apoie o Cafezinho

Rhyan de Meira

Rhyan de Meira é estudante de jornalismo na Universidade Federal Fluminense. Ele está participando de uma pesquisa sobre a ditadura militar, escreve sobre política, economia, é apaixonado por samba e faz a cobertura do carnaval carioca. Instagram: @rhyandemeira

Mais matérias deste colunista
Siga-nos no Siga-nos no Google News

Comentários

Os comentários aqui postados são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site O CAFEZINHO. Todos as mensagens são moderadas. Não serão aceitos comentários com ofensas, com links externos ao site, e em letras maiúsculas. Em casos de ofensas pessoais, preconceituosas, ou que incitem o ódio e a violência, denuncie.

Escrever comentário

Escreva seu comentário

Nenhum comentário ainda, seja o primeiro!


Leia mais

Recentes

Recentes