Lula quer “cobrar a fatura” do centrão

Pacheco, Lula, Lira: entrega do arcabouço nesta terça-feira. (Ricardo Stuckert /PR/Divulgação)

Para fortalecer a coordenação política do governo, o presidente Lula agendou uma reunião nesta terça-feira com líderes da base aliada na Câmara dos Deputados. O foco é avançar na aprovação de pautas econômicas até o final do ano.

O encontro ocorre após uma mudança na relação com o centrão, demonstrada pela troca na liderança da Caixa Econômica Federal. Na semana passada, Lula substituiu Rita Serrano por Carlos Antônio Vieira Fernandes, aliado do presidente da Câmara, Arthur Lira. Lira não tem presença confirmada na reunião.

Esta é a primeira vez que Lula se encontra com líderes da Câmara depois da inclusão de membros dos partidos PP e Republicanos no governo. Os ministérios do Esporte e de Portos e Aeroportos agora são chefiados, respectivamente, por André Fufuca e Silvio Costa Filho.

Durante uma conversa recente com jornalistas, Lula admitiu parcialmente a culpa pela rejeição de seu indicado para a Defensoria Pública da União, Igor Roque, no Senado. Ele atribuiu o fracasso à falta de empenho para garantir aprovação.

Além de focar em propostas econômicas, assessores de Lula afirmam que o Senado também terá que avaliar futuras indicações do governo, incluindo uma para o STF.

Fontes próximas ao presidente indicam que ele não vai pressionar os líderes explicitamente por apoio. No entanto, Lula deve apresentar a “fatura”, destacando o esforço do governo em valorizar os partidos da base aliada e a necessidade de apoio em votações importantes.

Durante a reunião desta terça-feira, questões legislativas urgentes serão expostas por Lula e seus ministros. Além dos líderes da Câmara, presidentes de partidos aliados também foram convidados para o encontro. Uma reunião com líderes do Senado está programada para a próxima semana.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, estará presente na reunião, com o foco voltado para propostas relacionadas ao ICMS. Quando essa medida foi inicialmente apresentada, a estimativa era de uma arrecadação de R$ 35 bilhões a partir de 2024.

Confiança no ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, permanece, de acordo com pessoas próximas ao presidente. Mesmo assim, Lula quer estar diretamente envolvido nas negociações.

A reunião já estava agendada e não é uma resposta à recente rejeição no Senado, segundo fontes do Palácio do Planalto. Lula já havia expressado a intenção de ser ativo na articulação política anteriormente.

Para melhorar o diálogo com lideranças partidárias, Lula planeja intensificar reuniões com Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, assim como já fez com Arthur Lira. Isso ocorre após sua recuperação de uma cirurgia no quadril e o encontro com lideranças em julho, após a aprovação da Reforma Tributária.

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