A preocupação de Lula com a sua diplomação

Foto: Reprodução

Ao ser questionado em sua live semanal sobre o aniversário de um ano da sua vitória nas urnas, completado nesta segunda-feira (30), o presidente Lula (PT) afirmou que o ex-presidente Bolsonaro “estava preparando um golpe” que deveria ocorrer no dia da sua diplomação como vencedor das últimas eleições e que, ao alterar a data da diplomação do dia 18 para o dia 12 de dezembro, “eles foram pegos de surpresa”.

E o presidente não está sendo alarmista ou dramático ao fazer tal afirmação. Os documentos sigilosos da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) repassados para a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) mostram que a antecipação foi uma sugestão da própria agência para tentar arrefecer os movimentos antidemocráticos que estavam acontecendo na época.

E, embora houvesse sim o risco de um atentado ou algo do tipo durante o dia da diplomação, isso não era específico deste dia, tendo em vista que ocorreram diversos episódios desde a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022.

O adiantamento da diplomação seria então uma das várias tentativas de cessar todas as ameaças que ocorriam constantemente e garantir alguma normalidade democrática ao país que, naquele momento, vivia sob a iminência de uma tentativa de golpe ou algo parecido. Era uma ameaça constante, com pequenas ocorrências verificadas em todo o território nacional, incluindo Brasília.

Os documentos deixam claro que tanto a ABIN quanto a Polícia Federal e os seguranças do presidente eleito sabiam dos riscos e, por isso, comunicaram ao TSE, que prontamente marcou a data para antes do prazo.

Sendo assim, a nova data divulgada não tinha a ver com um atentado planejado, mas com a tentativa de botar um ponto final na discussão de que “enquanto o Lula não fosse diplomado, ele não seria de fato o presidente eleito”. Esse argumento estava incitando muitos bolsonaristas a agirem, não só civis, como membros das próprias forças armadas e militares das mais variadas patentes, de cabos até generais.

Cleber Lourenço: Defensor intransigente da política, do Estado Democrático de Direito e Constituição. | Colunista n'O Cafézinho com passagens pelo Congresso em Foco, Brasil de Fato e Revista Fórum | Nas redes: @ocolunista_
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