O vice-presidente Geraldo Alckmin demonstrou forte apoio à candidatura da deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) à prefeitura de São Paulo, afastando-se da estratégia liderada pelo presidente Lula e o PT, que estão favorecendo a pré-candidatura de Guilherme Boulos (PSOL). Com informações do O GLOBO.
A decisão de Alckmin, ex-governador do estado, de apoiar Tabata, que também é do seu partido, aumenta a possibilidade de divisão dentro da esquerda durante a eleição em São Paulo. Isso ocorre em um momento em que o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), enfrenta desafios para unir os eleitores de direita.
Há dois dias atrás, Alckmin comemorou a presença de Tabata durante um evento organizado pelo PSB na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). O vice-presidente enfatizou a notável trajetória da deputada, destacou a importância de sua pré-candidatura feminina e afirmou que ela personifica “a verdadeira mudança” para a cidade.
“Ela é a novidade, é a verdadeira mudança. […] Eu não tenho dúvida de que nós, do PSB, vamos representar a mudança”, disse Alckmin.
Geraldo Alckmin, um dos fundadores do PSDB, deixou o partido em dezembro de 2021 devido a divergências com o grupo político liderado pelo ex-governador João Doria. Desde março do ano passado, Alckmin é filiado ao PSB e tem participado ativamente de iniciativas para fortalecer a legenda.
O vice-presidente desempenhou um papel fundamental na negociação para atrair os senadores Jorge Kajuru (GO) e Chico Rodrigues (RR) para o PSB no início do ano. Em Brasília, Alckmin tem sido um anfitrião frequente para os parlamentares do partido em seu gabinete no Palácio do Planalto. Nos fins de semana, quando está em São Paulo, ele realiza reuniões com o objetivo de garantir a filiação de prefeitos de municípios do interior.
O círculo próximo de Tabata acredita que Alckmin desempenhará o papel de uma figura equilibrada na campanha da deputada, atraindo eleitores que desejam evitar uma polarização semelhante à disputa entre os apoiadores de Boulos e Nunes, que foi vista durante a corrida eleitoral entre os seguidores de Lula e Bolsonaro em 2022.
Enquanto Lula assumiu o compromisso de apoiar o pré-candidato do PSOL, depois de estabelecer uma aliança com o partido durante a corrida presidencial, o prefeito de São Paulo seguiu em direção a uma aliança com o PL, partido liderado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. No entanto, nas últimas semanas, Bolsonaro incentivou a possível candidatura do deputado federal Ricardo Salles (PL), que é um adversário de Nunes, embora isso possa exigir que Salles concorra por outro partido.
O PSB minimiza a possibilidade de Tabata e Boulos dividirem o eleitorado de esquerda, argumentando que a deputada tem mais habilidades para conquistar votos em setores como o mercado financeiro de São Paulo, onde a rejeição do ex-líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), seria mais expressiva.
Apesar da expectativa de que Alckmin impulsione Tabata, é importante observar que o ex-governador tem um histórico de maior força eleitoral no interior do estado de São Paulo do que na capital paulista, em eleições anteriores em que participou.
Uma pesquisa do Datafolha divulgada em agosto revelou que Tabata tinha 11% das intenções de voto para a eleição de 2024, ficando atrás de Boulos, que tinha 32%, e Nunes, com 24%. Apesar de começar a corrida eleitoral em desvantagem, os aliados de Tabata avaliaram que o percentual de eleitores que afirmaram “conhecer muito” a deputada, que foi de 13%, é muito próximo à taxa de intenções de voto. Isso sugere um potencial de crescimento para a sua candidatura.
Nelson
30/10/2023 - 13h51
Tabata Amaral de esquerda?
É para rir ou chorar?
–
Quem vota a favor de uma “reforma” da Previdência conforme o exigido pelo grande capital financeiro, feita para ferrar com dezenas de milhões de brasileiros e abrir mais espaços para que a previdência privada possa engordar ainda mais seus lucros, pode ser considerada de esquerda?