A mais recente pesquisa divulgada pela Quaest, sob a supervisão do cientista político Felipe Nunes, revelou uma diminuição na aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo Nunes, a queda para 54%, em comparação aos anteriores 60%, reflete a desilusão causada pela deterioração das condições econômicas.
Durante uma entrevista ao Brasil 247, Nunes observou a percepção do público em relação ao excesso de viagens internacionais do presidente Lula e a falta de atenção para lidar com as recentes enchentes no Rio Grande do Sul.
Além disso, enfatizou a consolidação da polarização política, prevendo um cenário de comunicação mais complexo e demandante para a militância política.
“Nesse contexto, é crucial considerar se o crescente descontentamento da população reflete um descontentamento mais generalizado. De junho a outubro, houve um aumento de oito pontos percentuais na parcela que considera o Brasil rumando para a direção errada”, observou Nunes.
“Essa insatisfação pode ser atribuída em grande parte ao aspecto econômico. A percepção de uma piora na economia nos últimos tempos aumentou, com 32% dos entrevistados relatando um declínio, enquanto 33% notaram uma melhoria. Esse declínio na percepção da economia resulta, em grande medida, do aumento dos custos de serviços essenciais, como água, luz e telefone, assim como do recente aumento nos preços dos alimentos e combustíveis”, acrescentou.
Por fim, ao abordar a situação, Nunes destacou a avaliação regular do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com 30% de aprovação. Ele alertou que Haddad provavelmente será o mais afetado pelos resultados positivos ou negativos das políticas econômicas do governo.
Van Res
29/10/2023 - 16h32
Vander Resende: Quase todas as estatísticas oficiais tem sido positivas: maior pib; menor desemprego; menor IPCA (inflação oficial); dólar relativamente controlado; etc.
Então o que leva a essa percepção negativa?
Entre outros fatores, pode ser também um problema próximo ao que tem levado a queda de aprovação de Biden nos EUA, em que as estatísticas também tem sido na maioria positivas, mas a percepção sobre a economia é negativa pela classe média e baixa.
Os aumentos que pesam no custo de vida da classe média e baixa não tem peso muito significativos nos índices oficiais.
Quanto a inflação, por exemplo, tem ocorrido deflação em alguns produtos ou desinflação em outros.
Nas estatísticas, essa deflação ou desinflação pode compensar a inflação acelerada em outros produtos, com peso maior no orçamento familiar (água, luz, telefone, combustíveis, alimentos).
Isso pode levar a que mesmo com a inflação oficial em processo de desinflação, os custos para a classe média baixa e baixa aumentem.
Nesse sentido, a percepção de uma piora na economia aumenta.
VanRes