Reuters – Israel bombardeou a Faixa de Gaza enquanto se preparava para uma invasão terrestre que diz ter como objetivo aniquilar o grupo combatente palestino Hamas, num momento em que a Rússia alertou que o conflito poderia se espalhar para além do Oriente Médio.
Na Gaza sitiada, os fornecimentos humanitários eram criticamente baixos, uma vez que as potências mundiais não conseguiram chegar a acordo sobre uma trégua nos combates para a entrega de ajuda e os residentes enterraram os mortos em valas comuns à medida que o número de vítimas civis aumentava.
Numa indicação de que Israel estava ampliando os ataques a Gaza que começaram no fim de semana, os militares disseram que as forças terrestres atacaram vários alvos no enclave governado pelo Hamas na quinta-feira (26), hora local, antes de se retirarem, no que a Rádio do Exército descreveu como a maior incursão da guerra atual.
O presidente dos EUA, Joe Biden, em comentários olhando para além da guerra, disse na quarta-feira que o futuro deveria incluir os Estados israelenses e palestinos lado a lado.
“Israelenses e palestinos merecem igualmente viver lado a lado em segurança, dignidade e em paz”, disse Biden em uma entrevista coletiva conjunta em Washington com o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, que estava de visita.
Biden disse acreditar que uma das razões pelas quais o Hamas, apoiado pelo Irã, atacou o sul de Israel em 7 de outubro, matando pelo menos 1.400 pessoas e fazendo dezenas de reféns, foi para impedir a normalização das relações entre Israel e a Arábia Saudita.
O presidente russo, Vladimir Putin, alertou que o conflito poderia alastrar-se para além do Oriente Médio e disse que era errado que mulheres, crianças e idosos inocentes em Gaza estivessem a ser punidos pelos crimes de outras pessoas.
“Nossa tarefa hoje, nossa principal tarefa, é parar o derramamento de sangue e a violência”, disse Putin em uma reunião com líderes religiosos russos de diferentes religiões, segundo uma transcrição do Kremlin.
“Caso contrário, uma nova escalada da crise estará repleta de consequências graves, extremamente perigosas e destrutivas. E não apenas para a região do Oriente Médio. Poderá alastrar para muito além das fronteiras da região.”
Refletindo-se às preocupações de que a guerra em Gaza possa se espalhar, o Wall Street Journal informou que Israel concordou em adiar a invasão de Gaza até que os sistemas de defesa aérea dos EUA possam ser colocados na região, já esta semana, para proteger as forças americanas.
Questionados sobre o relatório, autoridades dos EUA disseram à Reuters que Washington levantou suas preocupações com Israel de que o Irã e grupos islâmicos apoiados pelo Irã poderiam escalar o conflito atacando as tropas dos EUA no Oriente Médio. Uma incursão israelense em Gaza poderia ser um gatilho para representantes iranianos, disseram.