Após uma investigação de quatro anos, a Polícia Federal e o Ministério Público solicitaram o arquivamento do processo contra o ex-prefeito de Niterói, Rodrigo Neves.
Este pedido veio após a ausência de provas ou indícios de crime, segundo as autoridades. A delação premiada do publicitário Renato Pereira, que foi usada como base para as acusações, não apresentou evidências concretas para sustentar as alegações.
O relatório da Polícia Federal destacou a falta de elementos que comprovassem a alegada transferência de recursos não contabilizados durante a campanha.
Além disso, a Justiça já havia arquivado outro processo anterior contra Neves, baseado na delação premiada do empresário de ônibus Marcelo Traça, também por falta de provas. “Apesar da colaboração premiada de Renato Pereira, este não apresentou nenhuma prova que corroborasse com sua declaração, apenas uma prestação de contas”.
O relatório da PF também diz que “não restaram indícios da conduta delituosa e que a declaração, por si só, não é elemento suficiente para comprovar o suposto repasse de recursos financeiros não contabilizados e não declarados aos órgãos de fiscalização durante a campanha”.
“Não restaram indícios de cometimento de ato ilícito juntamente com a autoria e materialidade. Desse modo, dou por encerradas as investigações e manifesto-me em favor do arquivamento”, completa.
A decisão recente da Justiça enfatizou a ausência de elementos que justificassem o prosseguimento do processo. A delação cruzada de Renato Pereira e Marcelo Traça, que levou à prisão do ex-prefeito em 2018, foi posteriormente considerada ilegal.
Rodrigo Neves, em reação à decisão, disse que o processo contra ele foi uma perseguição política, destacando sua integridade e o sucesso de sua gestão, que incluiu reconhecimento da ONU pelo combate à pandemia.
“Essa é mais uma decisão da Justiça que demonstra nossa seriedade e integridade , que mostra que aquela ação monocrática em 2018 foi infâme, covarde e ilegal. A chamada delação cruzada sem elementos de corroboração e indícios, foi muito utilizada para ações absurdas e ilegais contra o Estado Democrático de Direito e para destruir reputações. Em Niterói foi usada para o verdadeiro sequestro que sofri em 10/12/2018 e tentativa de um golpe a soberania popular através de pedido de impeachment da oposição, rejeitado pelo Legislativo”.
Seu advogado, Técio Lins e Silva, considerou a decisão da Justiça como uma confirmação de sua defesa de longa data. “A Justiça tarda mas não falha. Aos poucos, vai ficando claro que o que o Rodrigo Neves sofreu foi uma brutal perseguição política e antidemocrática”, afirmou o advogado.
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