O representante comercial Walter Parreira, de Santos (SP), foi detido na última quarta-feira, 25, sob a suspeita de financiar os ataques terroristas perpetrados por apoiadores extremistas Jair Bolsonaro nas sedes dos Três Poderes em Brasília, no dia 8 de janeiro.
A detenção de Parreira ocorreu na manhã de ontem, durante a 19ª fase da Operação Lesa Pátria, conduzida pela Polícia Federal (PF), com o objetivo de investigar pessoas envolvidas em atos de violência e vandalismo contra propriedades, mobiliário e itens pertencentes a instituições públicas.
Conhecido simpatizante de Jair Bolsonaro (PL), Parreira tem formação em História e Publicidade, e é o fundador do grupo Trincheira Patriótica de Santos, que liderou grandes mobilizações na Baixada Santista.
O foco da investigação da PF se voltou para ele quando foi identificado como o responsável pela contratação de um ônibus que partiu de São Vicente, no litoral paulista, com destino ao centro de Brasília em 7 de janeiro. Em vídeos, Parreira não escondeu seu envolvimento em manifestações antidemocráticas.
As promessas feitas aos participantes dos protestos incluíam “ônibus novos, de excelente qualidade, sem custos. Os passageiros pagariam somente pelo que consumissem durante a viagem. Tudo seria financiado para aqueles com disponibilidade para viajar e acampar. E, se houvesse mais interessados, mais ônibus seriam providenciados”.
Durante a jornada em direção à capital para participar dos atos terroristas, o apoiador de Bolsonaro fez um apelo: “Sobram ônibus, mas faltam patriotas”.
Em outro vídeo que circulou amplamente nas redes sociais, o bolsonarista discutiu os altos custos da excursão e explicou o propósito dos ataques terroristas, enquanto buscava o apoio de empresários para financiar outras caravanas. A Operação Lesa Pátria da PF foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), resultando em ações legais direcionadas a 12 indivíduos, incluindo cinco prisões preventivas e 13 mandados de busca e apreensão, todos emitidos pelo STF.
As medidas legais foram executadas em diversas cidades, como Cuiabá/MT, Cáceres/MT, Santos/SP, São Gonçalo/RJ e Brasília/DF. As investigações continuam em andamento, e a Operação Lesa Pátria está agora estabelecida como uma ação contínua.