O Plenário do Senado rejeitou, por 38 votos, nesta quarta-feira (25), a indicação de Igor Roberto Albuquerque Roque para o cargo de defensor público-geral federal da Defensoria Pública da União (DPU). Seriam necessários ao menos 41 votos para a aprovação.
E enquanto a oposição brada como vitoriosa e comemora a “dificuldade” imposta ao governo, que não conseguiu indicar o seu nome, parece que atrás das cortinas a coisa não é bem assim…
Fontes que conversaram com a coluna afirmaram não acreditar que o governo foi para uma votação dessa sem saber direito quantos votos teriam. Algo assim é muito difícil de acontecer em votações do tipo, já que em raras ocasiões um indicado do presidente para qualquer cargo é rejeitado em sabatina.
O recado seria claro: o governo estaria abrindo mão de pautas mais progressistas e sinalizando que busca evitar embates com o Senado que, sob a liderança de Rodrigo Pacheco (PSD) e David Alcolumbre (UNIÃO), está engajado numa cruzada contra o Supremo Tribunal Federal (STF). Igor era visto como “muito progressista” pela extrema direita e conservadores no Senado.
Ganha Pacheco, que sai como alguém fortalecido e com poder político. O que é positivo para o governo, ter os presidentes das casas legislativas se sentindo prestigiados, já que no mesmo dia Arthur Lira (PP), ganhava o comando da Caixa Econômica Federal (CEF) através da nomeação de um indicado político para o comando do banco estatal.
A outra alternativa para tudo isso é que a articulação política tenha colocado um nome para votação sem saber quantos votos tinha e acabar expondo o executivo federal como um poder fraco. Dado o contexto, essa segunda hipótese é possível, mas muito difícil, até mesmo distante.