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Lula: o aumento do crime organizado está ligado às condições de vida do nosso povo

O presidente Lula participou da primeira edição do seu programa “Conversa com o Presidente” após um intervalo de aproximadamente um mês, durante o qual se recuperou de duas cirurgias. Quando questionado acerca da questão da segurança pública no Rio de Janeiro, especialmente à luz dos incidentes em que criminosos incendiaram 35 ônibus na capital fluminense […]

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Foto: Agência Brasil

O presidente Lula participou da primeira edição do seu programa “Conversa com o Presidente” após um intervalo de aproximadamente um mês, durante o qual se recuperou de duas cirurgias. Quando questionado acerca da questão da segurança pública no Rio de Janeiro, especialmente à luz dos incidentes em que criminosos incendiaram 35 ônibus na capital fluminense ontem, em reação à morte de um miliciano pela polícia, Lula ressaltou o interesse do governo federal em contribuir para o combate ao crime organizado e confirmou que está considerando a possibilidade de reinstaurar o Ministério da Segurança Pública.

Leia: “Estado abandonado nas mãos da mílicia”, mais de 35 ônibus queimados em um dos maiores ataques da historia do RJ

“Nós queremos compartilhar a solução dos problemas que os estados têm com o governo federal. Nós não queremos lavar as mãos. É um problema do Brasil, eu sou o presidente do Brasil e nós vamos cuidar de todo mundo em igualdade de condições, fazendo aquilo que o governo pode fazer. Portanto, vamos ajudar o Rio de Janeiro a combater o crime organizado, os milicianos e dar tranquilidade para aquele povo. Não é possível que o povo do Rio tenha que sofrer tanto com a ação dos marginais.” afirmou.

O governo federal estará presente no Rio de Janeiro ajudando de todas as formas possíveis a voltar à normalidade, para que o povo do Rio de Janeiro volte a ter tranquilidade, o direito de ir e vir. É preciso que a gente aja junto com o governo do Rio para que a gente possa vencer essa batalha”, completou.

O presidente também considerou o avanço do crime organizado como um problema crônico, observando que esse fenômeno está diretamente relacionado com as condições de vida da população. Ele enfatizou que, enquanto houver fome, altas taxas de desemprego e um grande número de pessoas vivendo em situações precárias, a possibilidade de crescimento do crime organizado permanecerá.

Lula ressaltou a interligação entre todas essas questões e a necessidade de uma abordagem colaborativa, envolvendo prefeitos, governadores e o presidente da República, no combate ao crime organizado.

Sem mencionar explicitamente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Lula também ressaltou as consequências prejudiciais da política de flexibilização na venda de armas durante o governo anterior. Ele argumentou que a liberação da venda de armas no país, realizada de maneira apressada, permitiu que o crime organizado obtivesse acesso a um arsenal que não possuía anteriormente. Isso, de acordo com Lula, possibilitou que o crime organizado adquirisse armas legalmente, o que ele considerou como um agravante para a segurança do povo brasileiro.

O presidente descartou a possibilidade de uma intervenção federal no Rio de Janeiro nos moldes do que ocorreu em 2018, durante o governo de Michel Temer (MDB).

“Nós vamos ver como a gente pode entrar e participar ajudando. Nós não queremos pirotecnia, nós não queremos fazer uma intervenção no Rio de Janeiro como já foi feita e que não resultou em nada. Nós não queremos tirar a autoridade do governador, nós não queremos tirar a autoridade do prefeito. Nós queremos é compartilhar com eles, trabalhar junto com eles uma saída, porque o problema deles passa a ser o nosso problema, e a solução dos nossos problemas tem que ser compartilhada conosco, e nós queremos ajudar. É isso que vamos fazer.”

“É preciso que a gente dê tranquilidade ao povo. Vamos discutir no governo federal como é que a gente pode participar mais, como é que a gente pode acionar mais a Polícia Federal, como é que a gente pode fortalecer mais a Força Nacional, como é que a gente pode utilizar as Forças Armadas participando como uma força auxiliar, sem passar a ideia para a sociedade de que as Forças Armadas foram feita para combater crime organizado. Não é esse o papel das Forças Armadas e nós não vamos fazer isso. É isso que vai acontecer. Nós estamos com o povo do Rio de Janeiro, vamos compartilhar tudo aquilo que pudermos compartilhar”.

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Rhyan de Meira

Rhyan de Meira é estudante de jornalismo na Universidade Federal Fluminense. Ele está participando de uma pesquisa sobre a ditadura militar, escreve sobre política, economia, é apaixonado por samba e faz a cobertura do carnaval carioca. Instagram: @rhyandemeira

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Paulo

24/10/2023 - 22h06

“O presidente também considerou o avanço do crime organizado como um problema crônico, observando que esse fenômeno está diretamente relacionado com as condições de vida da população. Ele enfatizou que, enquanto houver fome, altas taxas de desemprego e um grande número de pessoas vivendo em situações precárias, a possibilidade de crescimento do crime organizado permanecerá.”

Isso é uma falácia. Se fosse assim, haveria contingentes de criminosos nos países muçulmanos, na Índia e na África. Uma política bem direcionada de repressão ao crime utilizando aparatos de inteligência das polícias e mudanças legislativas que penalizassem severamente os criminosos (especialmente os chefes de milícias e do tráfico), retirando-os de circulação até que fossem velhos o suficiente para não desejarem se envolver com o crime organizado (ou qualquer atividade criminosa), seria um primeiro passo fundamental…Mas a questão foi politizada pela esquerda, que agora é refém do próprio discurso…


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