Nesta segunda-feira, 23, o Exército de Israel confirmou que realizou uma incursão terrestre limitada na Faixa de Gaza durante a madrugada. O governo de Netanyahu alega que o objetivo é resgatar os reféns mantidos pelo grupo Hamas desde o 7 de outubro. Segundo o almirante Daniel Hagari, porta-voz das forças israelenses, a operação também visa neutralizar o “inimigo”.
Durante uma coletiva de imprensa, o almirante diz que o Hamas mantém 222 reféns e que as ações do Exército têm o propósito de impedir que o grupo fundamentalista se aproveite da ajuda humanitária.
Ontem, a Faixa de Gaza recebeu o segundo envio de ajuda dos Estados Unidos desde o início do conflito, incluindo mantimentos, medicamentos e outros suprimentos. A Casa Branca diz que deve continuar enviando mais ajuda para Gaza.
Nos últimos dias, Israel intensificou os ataques na região, resultando na morte de pelo menos 70 pessoas em bombardeios entre domingo e segunda-feira, de acordo com informações do Hamas.
Autoridades em Gaza confirmam que ontem, cerca de 17 pessoas foram mortas em um ataque em Jabalya, no norte do território, e outras 25 no centro do enclave. Além disso, 10 corpos foram retirados dos escombros de uma casa em Deir el-Balah, na região central de Gaza. Na noite deste domingo, Israel promoveu o bombardeio mais mais letal contra a Faixa de Gaza, matando 379 civis.
De acordo com a agência Wafa, 44 pessoas foram mortas na cidade de Khan Yunis, 57 na cidade de Rafah, 66 na cidade de Gaza e 44 na zona norte, além de 168 na província central de Gaza, das quais quase 70 por cento são crianças e mulheres. O Ministério da Sáude palestino informou que com o novo bombardeio israelense, o número de mortes no território da Palestina subiu para 4.651.
Enquanto isso, o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, instou que a ajuda humanitária alcance Gaza o mais rapidamente possível e defendeu um cessar-fogo humanitário, posicionamento compartilhado pelo secretário-geral da ONU, Antonio Guterres.
As discussões sobre um cessar-fogo humanitário estão programadas para a reunião de ministros das Relações Exteriores da UE em Luxemburgo, bem como na cúpula da UE em Bruxelas, no final desta semana.
O governo brasileiro, sob a representação do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, tem se articulado fortemente com países como França e Rússia para um cessar-fogo. Por sua vez, o presidente Lula também tem feito declarações públicas condenando o conflito entre Israel e Hamas.
No entanto, o ministro das Relações Exteriores da República Tcheca, Jan Lipavsky, revelou seu ceticismo em relação à possibilidade de um cessar-fogo, citando as contínuas ações de Gaza.
Da mesma forma, a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, ressaltou que a interrupção do “terrorismo” é crucial para pôr fim à crise humanitária.
Segundo a ONU, seriam necessários pelo menos 100 caminhões diários para atender às necessidades urgentes da população de Gaza. Os primeiros 20 caminhões de ajuda humanitária foram autorizados a passar pelo posto de Rafah, na fronteira com o Egito, no último sábado.
Estima-se que mais de 1,4 milhão de palestinos foram deslocados desde o início do conflito, e a situação humanitária na região é descrita como catastrófica. As autoridades do Hamas relataram que cerca de 165 mil residências foram atingidas pelos bombardeios de Israel, deixando metade delas em condições precárias e cerca de 20 mil completamente destruídas.
zulu
23/10/2023 - 12h28
Grande Dia !!