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Eleição na Argentina tem participação mais baixa em 40 anos

Cerca de 74% dos eleitores argentinos votaram no pleito presidencial. É o mais baixo índice de comparecimento desde 1983, ano do retorno da democracia ao país Publicado em 22/10/2023 – 19h40 DW — O primeiro turno da eleição presidencial deste domingo (22/10) na Argentina registrou o nível de participação mais baixo desde o retorno da […]

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Cristobal Basaure Araya/SOPA/picture alliance

Cerca de 74% dos eleitores argentinos votaram no pleito presidencial. É o mais baixo índice de comparecimento desde 1983, ano do retorno da democracia ao país

Publicado em 22/10/2023 – 19h40

DW — O primeiro turno da eleição presidencial deste domingo (22/10) na Argentina registrou o nível de participação mais baixo desde o retorno da democracia ao país, em 1983. Até as 18h, haviam votado 74% dos eleitores convocados, segundo informou a Justiça Eleitoral da Argentina.

O índice é mais baixo que os 80% de comparecimento no último pleito, em 2019, e superou ainda o recorde negativo da eleição de 2007, quando 76,2% votaram.

O comparecimento deste domingo, porém, foi mais alto do que o registrado nas primárias presidenciais de agosto, quando cerca de 70% dos eleitores votaram.

O pleito de 2023 ocorre em um momento de profundo mal-estar no país, que tem como pano de fundo a crise econômica crônica do país, o enfraquecimento dos principais grupos políticos que lideraram o governo nas últimas duas décadas e a ascensão nas pesquisas de um populista que se pinta como um “anarcocapitalista” e que vem monopolizando as atenções e provocando o temor de uma ruptura radical no país.

A degradação econômica também levou o atual presidente, o impopular Alberto Fernández, peronista de centro-esquerda, a decidir não concorrer à reeleição.

Nesse cenário de economia em frangalhos e ausência de grandes nomes governistas, a disputa se afunilou nos últimos meses entre três nomes: Sergio Massa, atual ministro da economia que carrega tanto a bandeira de uma continuidade do peronismo quanto o fardo da má situação econômica; Patricia Bullrich, candidata do macrismo, que se coloca como figura conservadora linha-dura mas que também enfrenta dificuldades pelos maus resultados da economia sob o ex-presidente Mauricio Macri (2015-2019); e finalmente Javier Milei, o outsider de ultradireita que se tornou um fenômeno eleitoral ao criticar agressivamente os tradicionais grupos políticos do país e defender propostas radicais como a dolarização da Argentina e a extinção do Banco Central.

Como funciona a votação

Cerca de 35 milhões de eleitores foram convocados para as eleições deste domingo. Além do pleito presidencial, os argentinos vão eleger metade dos membros da Câmara dos Deputados, um terço do Senado e uma série de governadores provinciais.

No caso da eleição presidencial, o sistema eleitoral argentino, em contraste com o brasileiro, prevê que um candidato possa ser eleito já em primeiro turno mesmo sem 50% mais 1 dos votos válidos.

Na Argentina, existem dois cenários para a vitória de um candidato ainda na primeira rodada.

No primeiro, o presidenciável alcança a vitória se obtiver 45% dos votos. No segundo, o candidato também é declarado vencedor caso alcance 40% dos votos mais uma diferença de 10 pontos percentuais em relação ao segundo colocado. Nesse último cenário, por exemplo, um candidato com 40% vence se o segundo não passar de 30%.

Pelas últimas pesquisas eleitorais, nenhum dos três principais candidatos mostrou ser capaz de alcançar os patamares para ganhar já no primeiro turno. Se isso se confirmar, haverá um segundo turno, previsto para 19 de novembro, com os dois primeiros colocados, no qual ganha quem obtiver mais votos. O próximo presidente tomará posse em 10 de dezembro, para um mandato de quatro anos.

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