Em um recente relatório da ONU divulgado na manhã deste domingo (22), a organização enfatiza que a quantidade de assistência internacional permitida a chegar a Gaza é insuficiente. Para lidar com a crise humanitária, será necessário aumentar o número de comboios em cinco vezes e conduzi-los diariamente.
Até o momento, somente 20 caminhões receberam permissão para adentrar Gaza, sendo essa decisão caracterizada por diplomatas como mera estratégia de propaganda.
Nas entregas feitas no sábado, a quantidade de água alocada para Gaza cobre apenas 1% da população e supre suas necessidades por um único dia. Ao mesmo tempo, os serviços de saúde registram o aumento e disseminação de doenças entre os habitantes.
As informações também indicam que bairros completos já foram arrasados. Os abrigos da ONU, sobrecarregados, estão enfrentando situações caóticas, confrontos violentos e tensões entre os palestinos.
A quantidade de mercadorias que ingressou representa aproximadamente 4% da média diária de importações para Gaza antes do início dos conflitos. Isso equivale a apenas uma pequena parte do que é necessário após vários dias de bloqueio total. A ONU enfatizou a urgência de aumentar o acesso à ajuda para pelo menos 100 caminhões por dia.
Os ataques aéreos persistem de forma praticamente ininterrupta, e as ações hostis entram no décimo quinto dia na região de Gaza.
Nas últimas 24 horas, mais 248 palestinos perderam suas vidas, elevando o total de vítimas fatais para 4.385 palestinos, dos quais 62% são crianças e mulheres.
Cerca de 98 famílias palestinas perderam 10 ou mais de seus entes queridos. 95 famílias palestinas perderam de 6 a 9 membros, enquanto 357 famílias viram de 2 a 5 de seus familiares perderem a vida. Além disso, mais de 1.000 palestinos foram declarados como desaparecidos, e há a suspeita de que estejam presos ou tenham perdido a vida sob os escombros.
Dos 20 caminhões que atravessaram a passagem de Rafah e entraram em Gaza, dois deles transportavam 44.000 unidades de água engarrafada fornecida pela UNICEF. No entanto, essa quantidade é apenas suficiente para atender às necessidades de 22.000 pessoas por um único dia. Isso representa apenas 1% da população palestina em Gaza.
A ONU teve que implementar racionamento de água potável, disponibilizando apenas um litro por pessoa por dia. Esse valor está significativamente abaixo do padrão mínimo internacional, que é de 20 litros por pessoa.
Casos de catapora, sarna e diarreia foram identificados devido às condições precárias de saneamento e ao consumo de água de fontes não seguras. A expectativa é de que a incidência dessas doenças aumente, a menos que as instalações de água e saneamento recebam eletricidade ou combustível para retomar suas operações.
As pessoas estão consumindo água salgada com teores de sal de mais de 3.000 miligramas por litro, proveniente de poços agrícolas. Isso representa um risco imediato para a saúde, aumentando os níveis de hipertensão, principalmente em bebês com menos de seis meses, mulheres grávidas e indivíduos com doenças renais. O uso de água subterrânea salina também eleva o risco de diarreia e cólera.
De acordo com o Programa Mundial de Alimentos (WFP), os estoques de alimentos atualmente em Gaza são suficientes para aproximadamente 13 dias. No entanto, em nível de comércio, é previsto que o estoque disponível dure apenas mais quatro dias.