Mais de 50 nações se uniram para convocar uma reunião de emergência da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) com o objetivo de mobilizar apoio político para a proteção do povo palestino diante dos ataques israelenses em Gaza, de acordo com o jornalista Jamil Chade, em sua coluna no UOL.
Na tarde desta sexta-feira (20), o governo brasileiro confirmou a reunião extraordinária, afirmando que “foi informado à Presidência do Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU), exercida pelo Brasil, que o Presidente da Assembleia Geral tem a intenção de convocar uma reunião formal do décimo período extraordinário de sessões de emergência da Assembleia Geral. Este anúncio vem após o veto de um projeto de resolução sobre a situação no Oriente Médio, incluindo a questão Palestina”.
Essa iniciativa conjunta, considerada algo raro na diplomacia internacional, ocorreu após o governo dos Estados Unidos vetar um projeto apresentado pelo Brasil no Conselho de Segurança da ONU. O projeto buscava uma “pausa humanitária” nos combates entre as Forças de Defesa de Israel (IDF) e o grupo palestino Hamas, além da evacuação de estrangeiros da região. A Casa Branca justificou o veto devido à ênfase na autodefesa de Israel, um aspecto que não estava abordado na resolução de caráter humanitário.
Os Estados Unidos enfrentaram um custo político significativo devido a essa ação. “A iniciativa de levar a questão à Assembleia Geral recebeu o apoio de mais de 50 países, incluindo Argélia, Indonésia, Arábia Saudita, Marrocos, Turquia, Moçambique, Nigéria, Camarões e Paquistão.
No Conselho de Segurança, uma condenação só pode ocorrer se nenhum dos cinco membros permanentes vetar. Mas, na Assembleia Geral, a regra é diferente: uma resolução precisa apenas da maioria dos 192 votos”, destaca Chade.
Segundo o relato, os governos envolvidos nessa iniciativa enviaram uma carta à presidência da Assembleia Geral, ao Grupo Árabe e ao Grupo da Organização para a Cooperação Islâmica (OCI) nas Nações Unidas, em Nova York.
Nessa carta, eles “solicitam a retomada da décima sessão especial de emergência da Assembleia Geral após o veto lançado em 18 de outubro de 2023 por um Membro Permanente do Conselho de Segurança sobre um projeto de resolução que aborda a grave situação do Território Palestino Ocupado, incluindo Jerusalém Oriental”.
O veto do projeto brasileiro pela Casa Branca tem gerado críticas e a situação lembra a estratégia usada anteriormente pelos EUA contra a Rússia. No caso da guerra na Ucrânia, a Assembleia Geral foi acionada para aprovar uma resolução condenando a Rússia.
zulu
20/10/2023 - 18h20
ONU…kkkkkkkkkk