A Polícia Federal está conduzindo uma operação nesta sexta-feira (20) com o objetivo de apurar a utilização indevida de um sistema confidencial de rastreamento da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitorar a localização de celulares.
Investigações da PF revelaram que o governo Bolsonaro usou a ABIN, principal agência de inteligência do governo federal, para espionar adversários políticos e jornalistas.
Segundo a PF, a suspeita é que dois servidores da Abin, alvo de processos administrativos disciplinares, teriam “utilizado o conhecimento sobre o uso indevido do sistema como meio de coerção indireta para evitar a demissão”.
Estão sendo cumpridos 25 mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva nos estados de São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.
Junto com as buscas, a Polícia Federal solicitou ao STF (Supremo Tribunal Federal) o afastamento de funcionários da Abin, incluindo diretores que foram mantidos pelo atual líder da agência, Luiz Fernando Corrêa.
Corrêa encontra-se fora do território nacional, e a Polícia Federal não divulgou os nomes dos indivíduos sob investigação.
A Abin adquiriu o software de monitoramento de localização de celulares chamado FirstMile em 2018, no final da administração de Michel Temer, ao custo de R$ 5,7 milhões, sem a necessidade de licitação. Essa ferramenta possibilita o rastreamento dos dados de GPS de indivíduos através das informações transmitidas de seus celulares para as torres de telecomunicação.
Esse sistema confidencial foi utilizado por funcionários da Abin durante os três primeiros anos do governo de Jair Bolsonaro (PL), sem uso de protocolos formais ou obtenção de autorização judicial para o monitoramento dos alvos da agência, conforme revelado pelo jornal O Globo.
O software possibilita a realização de consultas em até 10 mil celulares a cada período de 12 meses. Além disso, era viável criar alertas em tempo real para notificar quando um dos alvos se deslocava para diferentes locais.
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