De acordo com a Folha, Israel ordenou o deslocamento da população de Gaza para o sul, mas está realizando ataques aéreos na região também. O cidadão brasileiro de origem palestina, Hasan Rabee, de 30 anos de idade, registrou vídeos dos ataques a poucos metros de sua residência na Faixa de Gaza.
Ele se encontra retido no extremo sul do território palestino, aguardando há treze dias a confirmação de um acordo que permitirá sua travessia da fronteira com o Egito, possibilitando sua fuga da região de conflito.
“Bombardeio agora ao lado da casa. Não existe lugar seguro na Faixa de Gaza”, relatou. Hasan Rabee encontra-se nesse território palestino desde o final do mês passado. Ele deixou São Paulo, onde reside como refugiado, para visitar sua família.
É uma realidade inegável que não existe um local seguro para qualquer pessoa na Faixa de Gaza. Isso se deve à constante chuva de mísseis lançados por Israel e à escassez de suprimentos básicos na região, incluindo água, alimentos e medicamentos. Já antes do início da guerra, a situação era precária, com índices elevados de pobreza no território. Agora, com o bloqueio ainda mais rigoroso imposto por Tel Aviv, a região está à beira do colapso.
Os habitantes do território de Gaza, juntamente com voluntários de organizações não governamentais e funcionários da ONU na região, aguardam há vários dias a abertura da passagem de Rafah, que liga o Egito a Gaza. Essa é a única passagem para a região que não está sob controle direto de Israel. No entanto, a entrega segura de suprimentos depende de um cessar-fogo temporário no sul do território, pois Israel tem preocupações de que essas cargas possam conter auxílio destinado ao Hamas, o que tem dificultado a abertura da passagem.