Trabalhadores da Refinaria de Mataripe, em São Francisco do Conde (BA), administrada pela Acelen, tiveram que ser hospitalizados após inalarem gás químico, altamente tóxico, proveniente de um vazamento que ocorreu com o descarregamento de hipoclorito de uma carreta para um tanque, na Unidade 52 da empresa.
O acidente aconteceu no último dia 10. Mas não foi comunicado pela empresa ao Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro-BA), filiado à Federação Única dos Petroleiros (FUP), nem à CIPA da refinaria, privatizada em dezembro de 2021. O Sindipetro-BA pediu explicações à Acelen sobre o porquê da omissão.
O hipoclorito de alta pureza misturado a outro produto químico, por meio de contaminação cruzada, gerou um gás de alta toxicidade. Segundo informações que chegaram ao Sindipetro-BA, o gás foi inalado por cerca de 30 pessoas e 14 trabalhadores foram hospitalizados.
Além dos operadores da refinaria, pessoas que participavam de um curso de treinamento também foram atingidas e ficaram presas na sala, tentando se proteger, porque o gás tóxico se espalhou por todo prédio, incluindo o centro de treinamento, refeitório central e área de embarque e desembarque de ônibus.
A Refinaria de Mataripe, antiga Refinaria Landulpho Alves (Rlam), comprada pelo grupo árabe Mubadala, tem sido palco de momentos de insegurança para os trabalhadores. Denúncias frequentes vêm sendo recebidas pelo Sindipetro-BA apontando falhas nas normas de segurança. A entidade está em busca de mais informações sobre o acidente e cobra investigação por uma comissão com a participação da CIPA e do sindicato.