O embate tecnológico entre as duas nações continua
Publicado 17/10/2023 – 14h00
Por Octávio Ferreira
IGN Brasil — O longo embate entre China e os Estados Unidos nos setores tecnológicos segue forte. Atualmente, um dos mais acirrados é o da indústria de semicondutores, situação que sofreu várias reviravoltas nos últimos meses em consequência da situação com países como a Coreia do Sul e Taiwan. No entanto, de acordo com os últimos relatórios, parece que estes últimos não estão tão atrás como muitos previam.
A China e os Estados Unidos têm motivos para se preocupar, pois a Coreia do Sul e Taiwan já procuram aumentar a sua vantagem na produção de chips. Com isso, cada um dos lados do gigante embate iniciou manobras para se fortalecer no campo de fabricação de chips.
Recentemente, os Estados Unidos seguiram com uma manobra para minimizar a produção de chips da China. Como parte do CHIPS Acts, o país norte-americano usará seu poder sobre empresas como a ASML (gigante holandesa que fabrica as máquinas litográficas mais avançadas do mundo) para vetar que esse maquinário chegue ao país asiático. Isto, em suma, fez com que a China tivesse que otimizar os seus recursos para desenvolver o seu próprio equipamento litográfico, opção que tornará-se rentável no futuro. Mas, como o portal JeuxVideo aponta numa publicação recente, uma empresa chinesa alcançou um marco histórico.
China começará a produzir chips de 28 nm ainda este ano
Conforme indicado na publicação do portal francês, a SMEE (empresa chinesa de fabricação e produção de chips) anunciou que começará a produzir chips em suas novas máquinas litográficas de 28 nm no final do ano . Até agora, os equipamentos mais avançados da China criados pela força de trabalho nacional poderiam desenvolver chips de 90 nm, muito atrás dos chips de 5 nm de empresas como TSMC (Taiwan), Samsung (Coréia do Sul) e Intel (Estados Unidos). Embora 28 nm ainda esteja muito longe dos tipos mais moderno já mencionados, representa um avanço importante em relação aos 90 nm com os quais a China operava até ano passado.
Na verdade, muitos ficaram surpresos com o fato da SMIC (outra empresa chinesa) ter conseguido desenvolver chips de 7 nm em máquinas não preparadas para tal produção, situação possível graças aos equipamentos que a ASML vendeu à empresa asiática. No entanto, a SMIC já não poderá comprar maquinário nem à ASML nem a outras empresas aliadas aos Estados Unidos, razão pela qual a China foi forçada a aumentar a produção da sua indústria nacional com um investimento de aproximadamente 215 bilhões de reais .
Embora as máquinas mais potentes ainda cheguem no futuro, a China já pode orgulhar-se de ter desenvolvido equipamentos de litografia de 28 nm, um tremendo avanço em relação aos 90 nm. Com isso, o país asiático segue na liderança do desenvolvimento tecnológico em diversos setores.