“Conselho de segurança se mostrou mais uma vez inútil”

Reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre a situação na Venezuela. Foto: ONU/Manuel Elias

Veto dos EUA à proposta brasileira no conflito entre Israel e Hamas mostra inutilidade do Conselho de Segurança da ONU

Fontes na diplomacia brasileira confidenciaram à coluna que o veto dos Estados Unidos à proposta brasileira para o conflito entre Israel e Hamas mostrou que o Conselho de Segurança da ONU é inútil e agora não há muito o que fazer ali sem uma reforma.

Embora estivessem esperançosos por uma possível aprovação da proposta, essas mesmas fontes afirmaram que não foi uma surpresa o veto dos Estados Unidos, que, segundo elas, visando interesses eleitorais, só aceitará alguma resolução para o conflito que tenha origem na própria diplomacia americana.

E faz sentido que a diplomacia brasileira veja assim: uma pesquisa recentemente divulgada pela Universidade Quinnipiac e realizada entre os dias 12 e 16 de outubro mostra que mais de 80% dos eleitores americanos estão interessados pelo conflito e mais de 60% apoiam o envio de armas e recursos para os israelenses.

Essa pesquisa ainda mostra que 20% dos eleitores ainda acham que o governo americano está apoiando pouco Israel.

Com uma eleição muito acirrada que, ao que tudo indica, será, mais uma vez, contra Donald Trump, Joe Biden será extremamente cauteloso, mesmo que sua preocupação com as eleições seja em detrimento das vidas de milhões de civis, principalmente de mulheres e crianças massacrados pelos foguetes em Gaza, além de outra centena de civis israelenses que também são afetados pela continuidade do conflito.

Por isso, parte das fontes ouvidas pela coluna acreditam que a diplomacia brasileira logrará mais êxitos com os americanos tratando da questão do conflito por fora do Conselho de Segurança da ONU.

Além disso, há o entendimento que para além da defesa da inclusão do Brasil como membro permanente do conselho, é fundamental que o órgão seja reformado principalmente no que diz respeito aos vetos. E é por isso que a diplomacia defende uma cadeira permanente, para que que consigam aprimorar o conselho e fazer com que a instância seja realmente efetiva na mediação, prevenção e resolução de conflitos ao redor do mundo.

Cleber Lourenço: Defensor intransigente da política, do Estado Democrático de Direito e Constituição. | Colunista n'O Cafézinho com passagens pelo Congresso em Foco, Brasil de Fato e Revista Fórum | Nas redes: @ocolunista_
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