O ataque TERRORISTA do Hamas, um grupo de fundamentalistas islâmicos contra Israel já era previsível para quem acompanha o desenrolar do conflito. A mídia ocidental, como sempre, criou a narrativa de que Israel é a grande vítima e que por isso é superior moralmente para se defender.
Claro, ninguém vai sair em defesa de que civis sejam mortos à luz do dia, mas trata-se de uma guerra que se arrasta há anos e que tem como grande responsável o estado de Israel.
Não devemos esquecer que o estado israelense já financiou o Hamas enquanto interessava, no momento em que o grupo fundamentalista enfraqueceu o Fatah, movimento laico que buscava a libertação do povo palestino dentro da política convencional.
Naturalmente, que o Hamas se fortaleceu como grupo político teocrático e ganhou o apoio de países islâmicos como o Irã, que atualmente é o maior fornecedor de armas desse grupo fundamentalista. Outros grupos como o Hezbollah, do Líbano, também se aliaram ao Hamas no combate ao projeto de Israel.
Enquanto isso, o Fatah se enfraqueceu como grupo político de libertação, limitando-se apenas a um governo autônomo na Cisjordânia, praticamente sem nenhuma influência e sem diálogo com o Hamas e o resto do mundo.
Em julho deste ano, os líderes do Hamas e do Fatah se reuniram no Egito para tentar uma conciliação, mas a tentativa foi um fracasso. Por sua vez, Israel continuou investindo na ofensiva contra a Palestina. Tanto é que a região da Faixa de Gaza, que atualmente tem 2,2 milhões de palestino, é um presídio a céu aberto por sofrer a ocupação militar de Israel desde 2006.
Isso porque as pessoas são privadas de água, energia e comida. A miséria na região é tão grande que 80% dos palestinos na região estão desempregados, sem nenhuma fonte de renda, e condenados pelo projeto colonialista e sionista de Netanyahu.
Sendo assim, não há razão lógica e humana para defender o estado israelense, pois é justamente Israel que promove um apartheid contra os palestinos há décadas, especificamente desde o final da segunda guerra mundial.
São 5.500 palestinos que estão detidos em Israel como presos políticos. O governo de Netanyahu promove um projeto racial dentro e fora do país. O jornalista Ramzy Baroud, especialista em assuntos da Palestina, concedeu entrevista ao ICL e deu um panorama sobre o conflito.
“Isso é visto como se Israel estivesse sob ataque por parte de terroristas, que Israel tem o direito de se defender e está em uma posição moral e legal forte. Mas o quê não nos diz é que Israel é uma força de ocupação militar que está ocupando a terra Palestina”, explicou.
“Até os EUA reconheceram que Israel é uma força de ocupação militar na Faixa de Gaza e na Cisjordânia. A força de ocupação militar não pode se colocar numa posição de autodefesa, porque quem está ocupando é quem viola o direito dos outros”.
Baroud prossegue explicando a situação miserável dos palestinos. “Israel é um estado de aparthaeid contra os palestinos que vivem em um sistema motivado racialmente, sem direitos legais alguns. Quando você se encontra numa situação dessas, e você sustenta e alimenta essa situação e lucra com isso, não está mais numa situação de autodefesa”.
“Os palestinos, de acordo com as leis internacionais, é que estão na situação de se defender (…) Esses palestinos que estão em Gaza vivem sob o cerco de Israel há 17 anos e é uma ocupação militar israelense desde 1967. Isso significa que temos duas gerações de palestinos que nunca experimentaram a vida como um povo livre”.
Assista a entrevista a partir do minuto 40!