Relatório da ONU indica queda no ritmo de crescimento da economia global em 2023
Exceções incluem Brasil, China, Japão, México, Rússia e Índia, que devem ter crescimento. O Brasil tem previsão de crescimento de 3,3%, e espera-se 2,3% para o próximo ano.
Um estudo recente da Organização das Nações Unidas (ONU) sinaliza uma desaceleração no avanço econômico global. Contudo, o Brasil mostra perspectivas positivas. O documento compara a situação econômica mundial a um avião em “estol”, voando tão lentamente que quase cai. Um modesto crescimento de 2,3% está previsto para 2023, o que o estudo qualifica como “recessão global”.
Para 2024, há indícios de uma ligeira melhoria, com um crescimento de 2,5%, contanto que a zona do euro se estabilize e as principais economias evitem contratempos. O relatório aponta que esse ritmo de crescimento é um dos mais baixos das últimas quatro décadas, desconsiderando os anos de crise.
Brasil, China, Japão, México, Rússia e Índia são vistos como exceções e provavelmente terão crescimento. A Índia pode ter o crescimento mais robusto, com uma previsão de 6,6% para este ano. Em comparação com as projeções do ano passado para este ano, Brasil e Rússia apresentaram os melhores desempenhos.
Para o Brasil, a estimativa inicial para 2023 era de um crescimento de apenas 0,9%, mas agora foi revisada para 3,3%, com 2,3% projetados para o ano seguinte. A China, que teve um crescimento de 8,4% em 2021, deve crescer bem menos, com uma taxa de 4,6% este ano.
O documento expressa inquietação com a zona do euro, que viu seu crescimento cair de 5,4% em 2021 para apenas 0,4% este ano. Adverte que políticas monetárias restritivas na zona do euro podem levar a Europa a uma recessão em 2024.
Para os Estados Unidos, o estudo prevê uma desaceleração acentuada no segundo semestre de 2023 e um clima de incerteza devido às eleições presidenciais do ano seguinte.
O estudo ressalta a crescente disparidade econômica e o fardo das dívidas externas que pressionam as economias dos países em desenvolvimento.
Metade da população global, cerca de 3,5 bilhões de pessoas, reside em países que gastam mais em pagamentos de dívida do que em saúde e educação. Isso aumenta os desafios em áreas críticas como segurança alimentar, assistência social e adaptação ao clima.