Na mira de membros do Centrão e da bancada ruralista, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, agora enfrenta críticas internas de seu próprio partido, o PSD. Nas últimas semanas, uma ala do partido tem contribuído para o aumento das reclamações, com o propósito de diminuir a influência do líder da pasta. Com informações do O GLOBO.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), já expressou publicamente suas críticas em relação à preferência de Fávaro pelo seu estado natal, o Mato Grosso, na alocação de recursos provenientes do antigo orçamento secreto. Além disso, Fávaro está sendo alvo de críticas por parte de setores ligados à agricultura no Congresso, que estão insatisfeitos com a falta de apoio a políticas públicas.
Dentro do PSD, uma ala da bancada na Câmara se percebe excluída das posições de influência e considera a eventual saída de Fávaro como uma chance de obter reconhecimento, com a indicação de um membro desse grupo para assumir a vaga que se abriria. Esse tema tem sido discutido internamente e até mesmo chamou a atenção do presidente do partido, Gilberto Kassab, conforme relatado por um ministro informado sobre a situação.
O grupo descontente é composto por deputados do Paraná, que atualmente conta com sete parlamentares eleitos, constituindo assim a maior bancada estadual do partido na Câmara dos Deputados, ficando atrás apenas da Bahia, que tem seis representantes.
Os deputados do PSD do Paraná argumentam que estão contribuindo financeiramente significativamente para o partido, devido aos fundos eleitoral e partidário, que são calculados com base no número de deputados eleitos. Ao mesmo tempo, eles afirmam que estão enfrentando o maior desgaste político.
O PSD atualmente possui três ministérios no governo Lula, enquanto o eleitorado do Paraná possui uma inclinação notável em direção ao bolsonarismo.
Conforme relatado por um ministro aliado de Fávaro, a situação é considerada apenas como um “ruído normal” que provavelmente será solucionado internamente. No entanto, ele ressalta que a situação do colega, um ex-senador, é desafiadora, pois ele precisa equilibrar as demandas de seus antigos colegas no Senado com as aspirações de Arthur Lira, que busca aumentar seu controle sobre o Orçamento.
No Palácio do Planalto, Carlos Fávaro é considerado um colaborador leal de Luiz Inácio Lula da Silva, em quem o presidente depositou sua confiança antes mesmo do início da campanha. Fávaro desempenhou um papel crucial ao auxiliar o petista a estabelecer um diálogo com um grupo que inicialmente se mostrava hostil à sua candidatura e que preferia o bolsonarismo.
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