Parlamentares da base governista na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre o 8 de janeiro aceitaram que os trabalhos do colegiado serão encerrados com o general Braga Netto escapando mais uma vez e com a rede de arrasto contra os militares sendo cortada pelo deputado Arthur Maia (UNIÃO), presidente do colegiado. Ainda assim, há muito a se fazer.
E duas das ações que receberão empenho da oposição são justamente: a inclusão da menção aos Kids Pretos, militares das forças especiais infiltrados nos atos golpistas, e a menção sobre a necessidade de se aprovar a PEC para fortalecer a democracia e o Estado Democrático de Direito.
A PEC que pode ser mencionada é a de autoria do deputado Carlos Zarattini (PT), que, diferente da PEC apresentada pelo Palácio do Planalto, proíbe militares da ativa de ocuparem cargos no primeiro escalão, reescreve o artigo 142 e acaba com as operações de Garantia da lei e da Ordem (GLO).
Procurado, o deputado Carlos Zarattini disse que vê como muito importante os trabalhos da CPMI e que é fundamental não só que as denúncias sejam realizadas, mas também que o relatório apresente uma perspectiva de futuro, defendendo o afastamento das forças armadas da política exercida pela sociedade civil.
As discussões sobre a elaboração do relatório devem avançar nas próximas semanas e devem confirmar se tais inclusões irão se concretizar e se de fato o envolvimento de militares no caos político dos últimos anos será devidamente apontado.