Três de outubro, dia da criação da Petrobrás, tornou-se símbolo de luta. A data já faz parte do calendário das centrais sindicais e movimentos sociais, que estarão reunidos nesta terça-feira, 3, em ato nacional no Rio de Janeiro em defesa da soberania nacional, das empresas estatais, pela reversão das privatizações e reconstrução de um Brasil soberano, democrático e com justiça social.
Convocado pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) e Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), junto com as centrais sindicais, movimentos sociais, populares e partidos políticos, o ato nacional terá início às 15 horas, na antiga sede da Eletrobrás, na rua da Quitanda, no centro do Rio, seguindo pela Candelária até o edifício sede da Petrobrás (Edise), na Avenida Chile, onde está previsto encontro com o presidente da estatal, Jean Paul Prates.
“Petroleiros de vários estados do país estarão no centro do Rio, lado a lado com eletricitários, educadores, servidores públicos, metalúrgicos, bancários, agricultores, estudantes, lideranças políticas e sociais, unindo trabalhadores do campo e da cidade em uma manifestação histórica”, diz Deyvid Bacelar, coordenador-geral da FUP.
Segundo ele, este ano, quando a Petrobrás completa sete décadas de existência, é o momento de renovar a esperança de um país unido pela reconstrução do Estado brasileiro e pelo resgate da soberania nacional, que segue sob ataque.
Bacelar lembra que a resistência dos trabalhadores e dos movimentos sociais impediu a entrega por completo da Petrobrás e de outras estatais estratégicas que estavam na lista para serem privatizadas. No governo Bolsonaro, foram vendidos 68 ativos do Sistema Petrobrás, incluindo 4 refinarias, a BR Distribuidora, a Liquigás, a Gaspetro, a Transportadora Associada de Gás (TAG), a Nova Transportadora do Sudeste (NTS), usinas de biocombustível, usinas eólicas, termelétricas, plantas petroquímicas, sondas de perfuração, campos de petróleo em terra e em mar, inclusive no Pré-Sal.
Com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, a Petrobrás e demais estatais foram retiradas do Programa Nacional de Desestatização. Além disso, o governo Lula questiona no Supremo Tribunal Federal a venda da Eletrobrás, que teve 60% de suas ações entregues ao setor privado, ao apagar das luzes da gestão bolsonarista. Na pauta do governo está mais uma antiga bandeira de luta da FUP: a retomada de ativos da empresa que foram vendidos a preço de liquidação, na administração anterior.
Para o dirigente da FUP, a Petrobrás completa 70 anos com visão de futuro, voltando a fazer parte do projeto de desenvolvimento econômico e social do país, prometendo ser uma empresa de energia, integrada, soberana, comprometida com a sociedade brasileira, com seus trabalhadores, e com a transição energética justa.
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