O presidente Lula (PT) deve utilizar a semana de descanso no Palácio da Alvorada para tomar decisões sobre os nomeados para o cargo de novo ministro do Supremo Tribunal Federal e o novo procurador-geral da República.
Segundo o Metrópoles, o mandatário demonstrou descontentamento com as demandas que está enfrentando em relação a essas escolhas e pretende esperar um pouco mais antes de revelar os candidatos. Uma das fontes de pressão mais significativas provém do PT, que busca exercer influência direta na substituição de Augusto Aras.
O critério de seleção adotado pelo PT é baseado na diretriz de “não repetir Rodrigo Janot”, visando evitar conflitos internos com o Procurador-Geral da República. Janot liderou o Ministério Público durante o período da Operação Lava Jato e desempenhou um papel significativo na implicação de membros do PT na investigação. Também é mencionada a figura de Antonio Fernando, que ocupou o cargo de procurador-geral durante o escândalo do Mensalão.
Portanto, o conselho vindo do Partido dos Trabalhadores é que Lula opte por alguém que tenha a tendência de proteger o partido e o próprio presidente em situações semelhantes às do passado. O perfil do novo procurador-geral não é tão relevante, contanto que ele compartilhe a característica de “proteger” o chefe do Executivo, assim como Augusto Aras fez. É importante destacar que alguns membros do PT, como Rui Costa e Jaques Wagner, chegaram a aconselhar Lula a manter Aras no cargo de PGR, mas esse conselho foi ignorado.
Neste momento, uma ala dentro do partido critica a possível nomeação de Antonio Carlos Bigonha, visto como alinhado ao grupo dos “tuiuius”. Esse alerta também havia sido expresso anteriormente pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes.
O principal candidato ao cargo é Paulo Gustavo Gonet Branco, devido à sua atuação contra Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados na subprocuradoria-geral da República. No entanto, o PT acredita que ele ainda não é a escolha definitiva e deseja avaliar sua lealdade antes de confirmar sua indicação.