A partir deste domingo, 1º de outubro, o Brasil assume a presidência rotativa do Conselho de Segurança da ONU. Durante este mês de liderança, não estão agendadas reuniões específicas sobre o conflito na Ucrânia, mas o governo brasileiro enfrentará desafios relacionados às tensões entre Estados Unidos, Rússia e China no debate sobre o envio de uma missão de ajuda ao Haiti.
O foco principal do mandato brasileiro não será a questão da guerra na Ucrânia, devido ao poder de veto da Rússia como um dos cinco membros permanentes do Conselho. Além disso, persiste a percepção de que o presidente Lula mantém sua opinião sobre o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.
Embora não haja reuniões programadas sobre a Ucrânia, o secretário de Assuntos Multilaterais do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Carlos Márcio Cozendey, mencionou que “uma ou duas reuniões sobre a Ucrânia” podem ocorrer ao longo do mês, devido às demandas de muitos países.
Em relação ao envio de ajuda militar ao Haiti, um dos principais tópicos durante a presidência do Brasil no Conselho, os Estados Unidos propuseram uma missão multinacional liderada pelo Quênia, com a possibilidade de uso da força para restaurar a paz e segurança internacional. No entanto, enfrentam resistência da China e da Rússia em relação a essa resolução.
O Itamaraty está buscando uma posição intermediária, considerando o impacto nas relações com os russos e os chineses ao endossar a missão. Também está em discussão o possível envio de tropas militares brasileiras para essa missão.
A presidência do Brasil no Conselho de Segurança da ONU ocorre em um momento de críticas sobre o funcionamento do órgão e a eficácia das instituições multilaterais. O presidente Lula é um defensor da reforma do Conselho de Segurança, mas essa reforma enfrenta dificuldades devido a divergências entre os membros permanentes e não está prevista a curto prazo.
O Conselho de Segurança é composto por 15 países, com dez assentos rotativos e cinco permanentes. O Brasil é o segundo país com mais mandatos no Conselho, após o Japão, e seu mandato atual vai até dezembro deste ano. Durante sua presidência, o chanceler Mauro Vieira participará de debates sobre prevenção de conflitos, Oriente Médio e questões de gênero e paz.
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