Flávio Dino, o atual Ministro da Justiça, emerge como o principal candidato para suceder a Ministra Rosa Weber no Supremo Tribunal Federal (STF), mas enfrenta críticas de opositores preocupados que ele possa usar o STF como trampolim para uma futura candidatura presidencial.
Dino está empenhado em esclarecer sua posição, afirmando categoricamente que “jamais” voltaria à política se nomeado para o STF. Ele rejeita a ideia de usar a toga para ganhar popularidade, tornando sua decisão de entrar no Supremo definitiva.
“Se um dia, talvez, eu fosse para o Supremo e pensasse em retornar à política, haveria uma premissa de que eu usaria a toga para ganhar popularidade. Isso eu não farei, ou faria. Jamais. Seria uma decisão definitiva. Ou será, sei lá”, disse o ministro na entrevista ao O Globo.
Enquanto isso, Valdemar Costa Neto, presidente do Partido Liberal (PL), indicou que o partido de Jair Bolsonaro está inclinado a apoiar a possível escolha de Flávio Dino, que é filiado ao Partido Socialista Brasileiro (PSB). Essa declaração gerou descontentamento dentro do partido, especialmente por parte do senador Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente.
Outros candidatos também estão na disputa pela vaga, incluindo Jorge Messias, atual titular da Advocacia-Geral da União (AGU), apoiado pelo PT, e Bruno Dantas, presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), que conta com simpatia de representantes da classe política.
Flávio Dino vê seu nome surgir como parte natural de sua posição atual e considera aceitar um convite para o STF como um “dever funcional”. No entanto, ele ressalta que qualquer escolha final ainda requer a aprovação do Senado e que o presidente Lula nunca discutiu esse assunto diretamente com ele.
“Se o presidente da República convida, é muito difícil dizer não. Vou estar desdenhando do STF, é descabido. Mas ele (Lula) nunca falou comigo sobre o Supremo, sequer insinuou”, ressaltou Dino.