A proximidade entre Bolsonaro e os “kits pretos”, grupo de militares investigados

Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil

A iniciativa golpista de proximidade entre Jair Bolsonaro e integrantes do Comando de Operações Especiais do Exército, conhecidos como “kids pretos”, já estava sendo observada de perto pela cúpula militar durante o governo anterior.

Segundo O Globo, atualmente membros desse conjunto estão sob investigação da Polícia Federal por suspeitas de terem desencadeado os eventos de 8 de janeiro, que foram considerados atos golpistas. O primeiro indivíduo a ser alvo das autoridades de investigação foi o general aposentado Ridauto Lúcio Fernandes, que teve sua residência revistada nesta sexta-feira e também foi chamado a prestar depoimento.

No início de seu mandato, Bolsonaro demonstrou interesse por esse destacado grupo das Forças Armadas, que faz parte da Força Especial do Exército.

Em 2019, Bolsonaro viajou até Goiânia, onde está localizado o Comando de Operações Especiais, e até praticou tiro ao alvo no local. Na ocasião, ele foi acompanhado pelo então comandante Mário Fernandes. O general, que foi parte do grupo conhecido como “kids pretos”, se aposentou no ano seguinte e posteriormente assumiu um papel fundamental no governo como assessor especial da Secretaria-Geral da Presidência da República, permanecendo nessa posição até o final do governo Bolsonaro.

Após a derrota do ex-presidente para Lula, Mário Fernandes estava insatisfeito e fez apelos a seus colegas militares e ao então comandante do Exército, Freire Gomes, para “agir”, como relatado na revista “piauí”.

Durante seu governo, Bolsonaro rodeou-se de militares que faziam parte dos “kids pretos”. Além de Mário Fernandes e Ridauto Lúcio Fernandes, que ocupou o cargo de diretor de logística do Ministério da Saúde, outros membros deste alto escalão do governo passaram por esse grupo antes de se aposentarem.

Entre esses nomes, incluem-se o deputado federal e ex-ministro Eduardo Pazuello (PL-RJ), o coronel da reserva Élcio Franco, que atuou como o número 2 de Pazuello no Ministério da Saúde, bem como o ex-ministro da Casa Civil e da Secretaria-Geral, Luiz Eduardo Ramos. Outro indivíduo que fez parte da Força Especial foi o tenente-coronel Mauro Cid e, atualmente, um delator.

Dentro das Forças Armadas, há uma preocupação de que as ações de membros desse grupo, a maioria dos quais já está na reserva, possam prejudicar a reputação do comando de elite do Exército. A liderança militar tem se empenhado em separar as ações de alguns indivíduos da instituição e abordar as condutas de maneira individualizada.

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