Nesta quarta-feira, 27, a Polícia Federal iniciou a 17ª fase da Operação Lesa Pátria e efetuou a prisão preventiva de Aildo Lima, suspeito de ter invadido o Supremo Tribunal Federal (STF) durante os protestos golpistas de 8 de janeiro, transmitindo ao vivo enquanto estava sentado na cadeira do ministro Alexandre de Moraes. A prisão ocorreu em São Paulo.
A ação da PF envolve a execução de três mandados de prisão preventiva e dez mandados de busca e apreensão, como parte das investigações relacionadas aos indivíduos suspeitos de envolvimento nos atos de vandalismo, incitação, financiamento e promoção dos atos de terrorismo ocorridos em Brasília no mencionado dia.
Aildo, também conhecido como “Bahia,” ganhou notoriedade nacional ao filmar-se em frente ao Congresso Nacional com um pano branco cobrindo seu rosto, que até então servia como máscara. Ele transmitiu ao vivo do STF enquanto outros apoiadores de Bolsonaro cometiam atos de terrorismo.
Aildo Francisco reside em Campo Limpo Paulista, São Paulo, e seu nome aparece em 23 processos, distribuídos em diversos tribunais, especialmente no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), de acordo com a plataforma JusBrasil.
Outro mandado de prisão já foi cumprido contra Basília Batista, também detida em São Paulo. Ela havia sido presa um dia após os ataques golpistas, mas foi liberada por razões humanitárias.
Agentes ainda estão em busca de outro alvo no Distrito Federal e também estão executando dez mandados de busca e apreensão em São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Goiás. As ordens foram emitidas por Alexandre de Moraes, que é o relator das investigações relacionadas ao 8 de janeiro no STF.
A Polícia Federal afirmou que os eventos investigados nesta 17ª fase da Operação Lesa Pátria podem envolver crimes como “subversão violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.” A operação se originou a partir de quatro linhas de investigação abertas após os eventos de 8 de janeiro.
Uma dessas linhas de investigação está focada em possíveis autores intelectuais, incluindo a possibilidade de atingir figuras como o ex-presidente Bolsonaro. Outra linha visa identificar financiadores e responsáveis pela logística do acampamento e transporte de apoiadores de Bolsonaro para Brasília.
A terceira linha de investigação concentra-se nos vândalos, com o objetivo de identificar e individualizar a conduta de cada um dos envolvidos na depredação de edifícios históricos na capital federal.
A quarta frente de apuração visa investigar a conduta de autoridades que possam ter sido negligentes durante os eventos de 8 de janeiro, facilitando a atuação dos envolvidos nos ataques.