Na terça-feira, 26, o presidente Lula, representando o Partido dos Trabalhadores (PT), discursou no evento de lançamento do Novo PAC – Seleções, destacando a inédita parceria entre o Brasil e os Estados Unidos, ocorrida na semana anterior, com o propósito de promover o trabalho digno.
“É uma coisa inusitada a gente perceber que a preocupação de um presidente como o dos Estados Unidos é a mesma preocupação de um presidente brasileiro com relação à questão do mundo do trabalho”, disse Lula.
O chefe de estado também analisou o cenário trabalhista: “o mundo do trabalho está ficando precarizado, mesmo a gente discutindo muita inovação, mesmo com essa revolução digital. Tem muita gente trabalhando em condições quase que subumanas, e o que nós queremos é tentar criar condições para que o trabalho dessas pessoas seja dignificado. A gente não está naquela de exigir que ele tenha carteira profissional assinada se ele não quiser. O que a gente tem é preocupação de garantir para ele um sistema de seguridade social que quando ele estiver em uma situação difícil tenha o Estado para dar a ele um suporte de sobrevivência mínima”.
“Vocês estão lembrados de um discurso que eu costumo repetir: muito dinheiro na mão de poucos significa alastramento da pobreza, da miséria, da desnutrição, da prostituição, da violência, porque há muita concentração de riqueza. Mas pouco dinheiro na mão de muitos significa exatamente o contrário, significa a gente criar uma classe média que se sustenta, que consome, que gera emprego, oportunidade, que estuda. É esse país que a gente quer construir, não um país em que uma pequena maioria [sic] muito seletiva tenha tudo e uma maioria não tenha nada. Esse mundo não pode existir. Por isso estamos tentando construir uma campanha contra a desigualdade no planeta, todo e qualquer tipo de desigualdade”, prossegue.
Enfatizando a colaboração entre o governo federal, os governos estaduais e as prefeituras, o presidente ressaltou que a meta do Novo PAC é estimular a criação de empregos e o aumento da renda no país.
“O que a gente está tentando fazer com prefeitos e governadores é criar a ideia definitiva nesse país que o ente federativo precisa prevalecer, que não pode ter um presidente que goste de governador porque é de tal partido ou que não goste porque é de outro partido. Isso é crime, isso é crime, falta de respeito à democracia e falta de respeito ao voto do povo que elegeu a pessoa”.
Ele reiterou seu apelo para que seu governo seja fiscalizado:
“Aos prefeitos, aproveitem que eu estou na Presidência, porque eu tenho consciência de que nunca antes na história do país os prefeitos foram tratados como foram tratados nos meus dois primeiros mandatos. Não está longe o tempo em que prefeito vinha a Brasília e ninguém queria receber. Então vocês aproveitem que eu sou presidente e reclamem, não tem problema reclamar e reivindicar. O que eu queria pedir em contrapartida para os prefeitos, governadores e vale para os empresários? É que nessas obras do PAC, de preferência, vamos contratar as pessoas da cidade, vamos contratar as pessoas da comunidade, porque se não uma empresa vai fazer uma obra na cidade vizinha, leva trabalhadores de outra cidade e a cidade que está recebendo a obra não consegue gerar nenhum emprego. Na medida do possível, na hora de contratar os trabalhadores, vamos saber se na comunidade tem gente para fazer a obra que vocês precisam, porque a gente gera emprego, gera desenvolvimento para a comunidade, gera comércio, faz o dinheiro circular. E vou dizer mais: a gente diminui a bandidagem na comunidade se a gente gerar emprego, salário e renda”.